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strad78's review against another edition
funny
informative
inspiring
reflective
fast-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? It's complicated
5.0
frankie89's review against another edition
emotional
hopeful
lighthearted
reflective
medium-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? Yes
3.75
maiathekid's review against another edition
challenging
dark
emotional
inspiring
reflective
sad
slow-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? Yes
5.0
ritaralha's review against another edition
4.0
Esta é a história de Eurídice Gusmão, a mulher que poderia ter sido.
(…)
Porque Eurídice, vejam vocês, era uma mulher brilhante. Se lhe dessem cálculos elaborados ela projetaria pontes. Se lhe dessem um laboratório ela inventaria vacinas. Se lhe dessem páginas brancas ela escreveria clássicos. Mas o que lhe deram foram cuecas sujas, que Eurídice lavou muito rápido e muito bem, sentando-se em seguida no sofá, olhando as unhas e pensando no que deveria pensar.
(…)
Ela sempre achou que não valia muito. Ninguém vale muito quando diz ao moço do censo que no campo profissão ele deve escrever as palavras “Do Lar”.
(…)
Havia a convicção de que Eurídice só podia ser levada a sério quando dizia que o jantar estava na mesa, ou que era hora de acordar para a escola. Seus projetos estavam confinados ao universo daquela casa.
(…)
Seu caderno de receitas era um livro pronto; ela queria publicá-lo, e quem sabe fazer outro em seguida. Eurídice poderia ter um programa culinário na rádio, poderia assinar uma página no Jornal das Moças! Poderia abrir um curso de forno e fogão para mocinhas recém-casadas. Seus olhos grandes ficaram maiores. Era possível, só precisava falar com Antenor. Sim, só precisava falar com o marido.
(…)
Olha aqui, Antenor, ela disse, aproximando o caderno do marido. Anotei aqui todas as minhas receitas. Você acha que posso publicar?
Antenor encontrou ali uma desculpa para deixar o prato de lado. Deu um arroto discreto e folheou o caderno de notas. Eurídice esperou imóvel, ouvindo o farfalhar das folhas. Até o marido gargalhar.
Deixe de besteiras, mulher. Quem compraria um livro feito por uma dona de casa?
Passe-me os palitos.
Não fomos nós, mulheres, todas, em algum momento e de certa forma invisíveis?
(…)
Porque Eurídice, vejam vocês, era uma mulher brilhante. Se lhe dessem cálculos elaborados ela projetaria pontes. Se lhe dessem um laboratório ela inventaria vacinas. Se lhe dessem páginas brancas ela escreveria clássicos. Mas o que lhe deram foram cuecas sujas, que Eurídice lavou muito rápido e muito bem, sentando-se em seguida no sofá, olhando as unhas e pensando no que deveria pensar.
(…)
Ela sempre achou que não valia muito. Ninguém vale muito quando diz ao moço do censo que no campo profissão ele deve escrever as palavras “Do Lar”.
(…)
Havia a convicção de que Eurídice só podia ser levada a sério quando dizia que o jantar estava na mesa, ou que era hora de acordar para a escola. Seus projetos estavam confinados ao universo daquela casa.
(…)
Seu caderno de receitas era um livro pronto; ela queria publicá-lo, e quem sabe fazer outro em seguida. Eurídice poderia ter um programa culinário na rádio, poderia assinar uma página no Jornal das Moças! Poderia abrir um curso de forno e fogão para mocinhas recém-casadas. Seus olhos grandes ficaram maiores. Era possível, só precisava falar com Antenor. Sim, só precisava falar com o marido.
(…)
Olha aqui, Antenor, ela disse, aproximando o caderno do marido. Anotei aqui todas as minhas receitas. Você acha que posso publicar?
Antenor encontrou ali uma desculpa para deixar o prato de lado. Deu um arroto discreto e folheou o caderno de notas. Eurídice esperou imóvel, ouvindo o farfalhar das folhas. Até o marido gargalhar.
Deixe de besteiras, mulher. Quem compraria um livro feito por uma dona de casa?
Passe-me os palitos.
Não fomos nós, mulheres, todas, em algum momento e de certa forma invisíveis?
hudsbls's review against another edition
Um belo retrato da classe média carioca da década de 40, da vida de uma mulher que sofre os pesares de ser mulher, mas nem tanto quanto outras mulheres pinceladas no livro, que não tiveram a felicidade de nascer bem. Nem por isso deixa de ser brilhante e triste e cômico a vida invisível de Eurídice. A leitura é fluida e agradável, as personagens são bem apresentadas e descritas. É impossível não pensar nas vidas invisíveis que passaram, que passam e passarão pelo mundo.
giendtly's review against another edition
emotional
hopeful
reflective
sad
medium-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? Yes
- Loveable characters? Yes
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? Yes
3.0
gabzenabi1's review against another edition
emotional
reflective
sad
medium-paced
- Plot- or character-driven? Character
lummiza's review against another edition
emotional
reflective
sad
fast-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? Yes
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? Yes
4.5
ladislara's review against another edition
inspiring
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? Yes
- Loveable characters? Yes
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? It's complicated
4.75