Reviews

The Fraud by Zadie Smith

stellahadz's review against another edition

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funny reflective slow-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? It's complicated
  • Loveable characters? No
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? It's complicated

3.5

This one took me a while to finish, partly because I had to put it down so I could finish other books that were coming due at the library, and partly because it is just a very slow-paced book, more so than I usually like. It took about 300 pages to get to what I thought was the more interesting part of the story (the chapters that focused more on Bogle and his experiences leading up to the trial), and the different characters' stories felt disjointed to me. I feel like Smith wanted to write a book about the Tichborne trial and a book about William Harrison Ainsworth and eventually decided to blend them into one story. Usually she writes these intertwined stories beautifully (I will never shut up about White Teeth being one of my favorite books ever), but this one didn't work for me. It probably doesn't help that I'm not a big historical fiction fan in general either, but overall this book wasn't my favorite. I did appreciate Smith's signature wit, subtle humor, and social/political commentary, though. It might be a book I have to reread in order to appreciate, so in that sense I am glad that I own the copy I read. 

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femmeinthestacks's review against another edition

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1.0

DNF 13% in to the book. Found I couldn’t even remember what I just read because it’s going too slow.

ejwilf98's review against another edition

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funny medium-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.5

Really enjoyed it. Lots of interesting stuff about the nature of fiction + Zadie Smith perfectly captures the idiosyncrasies of the well-meaning (white) liberal

amiller17's review against another edition

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reflective slow-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? No

4.0

Beautiful writing, but a bit meandering across the 450 pages

grymmbeard's review against another edition

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emotional sad medium-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? It's complicated
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? Yes

3.75

galokarp's review against another edition

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reflective slow-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? No
  • Loveable characters? No
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? It's complicated

2.75

Zadie Smith's first take on historical fiction tries to do many things but is only successful in some. The novel reaches apex with its embedded narratives – mainly the Tichborne trial and the Bogles' journey accros the globe – but falls short of being as relevant when dealing with Ainsworth's bourgeois literary circles. In spite of navigating the implications of slavery for almost 500 pages, the character (including the narrators) often seem two-dimensional.

katya_m's review against another edition

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<i>De tal pano coçado e verdade roubada são feitos os romances.</i>

Corria o ano de 2009 quando um exemplar de <i>Cântico de Natal</i>, de Charles Dickens, foi arrematado pela maior soma até então atingida por uma sua obra. À laia de <i>incipit</i>, a misteriosa dedicatória: «a Mrs. Touchet».

Eliza Touchet, prima por afinidade, do outrora grande ficcionista William Ainsworth (rival maior de Dickens) não ficou para a história —um pouco como o seu primo, que, ao contrário de Boz, deixou de ser relevante muito depressa —, mas o acaso fez com que, durante o decorrer da sua vida, várias personalidades e eventos lhe marcassem a história.

Uma simples governanta em casa do primo, a senhora Touchet organizava inúmeras reuniões de escritores do círculo mais próximo de Ainsworth, entre eles Thackeray e o afamado Dickens — desses tempos advirá a famosa dedicatória. Porém, pela mão de Zadie Smith, a história desta família acaba inteligentemente por se ligar a questões sociais, culturais, políticas e identitárias tanto como literárias.

Assim, em plena época vitoriana, os Ainsworth e Touchet são arrancados do seu idílio e atirados para a praça pública. Na ordem do dia, o caso Tichborne.
Estamos na década de 60/70, quando um há muito desaparecido herdeiro se faz anunciar: irreconhecível para os familiares, o suposto baronete conta com o apoio de muitos milhares de pessoas. Entre eles, antigos colaboradores, empregados, amigos, impostores, conhecidos de vista e inúmeros apoiantes de uma causa (na realidade, uma luta entre os poderes estabelecidos) que ninguém parece saber muito bem qual é.

Sarah, segunda mulher do escritor, está fascinada com o «demandante», o presumível baronete Tichborne, ao passo que a sua prima, Eliza Touchet, se deixa deslumbrar pela figura anquilosada de Andrew Bogle, antigo escravo que se alia ao réu para contar a sua versão da história.

História. Desta palavra central nasce toda a narrativa de <i>A Fraude</i>. Todos temos a nossa história, as nossas histórias. Todos contamos as nossas histórias da forma que melhor nos convém. Para contar essas histórias, todos usamos palavras, todos estamos, em cada momento, a criar ficções.
Da mesma forma que Dickens e Ainsworth criaram mundos povoados de caricaturas, também o nosso mundo é povoado pela nossa caricatura em diferentes fases da nossa vida. Estas questões atormentam Eliza Touchet e, pela mão de Smith (ou assim se espera) atormentarão o leitor.

Desde 1830, a vida da senhora Touchet é partilhada com a de várias outras pessoas (a do primo, das suas esposas, filhas, amigos), mas até que ponto são o eles quem dizem ser? Até que ponto se dão a conhecer?

<i>Que podemos nós saber sobre as outras pessoas? Quanto do mistério de outra pessoa podia a nossa inteligência intuir?</i>

E a própria Eliza Touchet? Quem é a senhora Touchet?

<i>Quem era ela, afinal? Quem era a gente dela? As Senhoras de Llangollen? Mas por outro lado houvera, e continuava a haver, William. E agora este sentimento estranho por Bogle. Tinha sido bloomer dominadora com Frances, a musa feminina para William, e talvez, nalguma utopia imaginada, pudesse encontrar-se num terreno comum, de igualdade, com uma alma inteligente como Bogle, que parecia viver como ela sempre tinha desejado viver, isto é, sem ilusões. Como seria ter dentro de si um nome para todas estas variadas pessoas e ardências? Mas o seu nome era Sra. Touchet!</i>

O caso do demandante à baronia Tichborne alimenta estas reflexões. Andrew Bogle alarga o escopo da metanarrativa.

<i>Assinar uma petição e perder metade dos amigos; assinar a outra e perder a outra metade. Digo-te uma coisa: seja qual for a verdade da questão, não é agradável nem civilizado dividir a comunidade convivente de Londres ao meio por causa de uma agitação que acontece a milhares de milhas daqui.</i>

Que verdades se escondem nas histórias? E que palavras usar para chegar à verdade?
Para Eliza Touchet é evidente que nem as palavras dos grandes escritores servem — não servem as palavras do primo Ainsworth, não servem as palavras de Dickens. A dada altura, as palavras do escravo Bogle parecem-lhe as mais acertadas, mas também essas não passam de pompa e circunstância.

<i>O que é que se apodera das pessoas? A infelicidade, sempre. A felicidade, essa, está ocupada. Tem um objeto sobre o qual se concentra.(...)A infelicidade abre o vazio, que depois é necessário preencher.(...)
Há sempre muitas coisas a requerer atenção, mas quando o vazio se abre só existe o vazio.</i>

À luz do século XXI, a Inglaterra vitoriana apresenta-se cheia de contradições, hipocrisias, idiossincrasias contra as quais nos posicionamos. Mas no centro de tudo, então como agora, permanecem estas questões. Aquilo que damos de nós, aquilo que recebemos dos outros — onde reside a verdadeira identidade? Quem sou eu? — princípio de identidade; Quem é o outro? — princípio de alteridade.

<i>Interpretamo-nos erradamente uns aos outros. Todo o nosso enquadramento social é uma série de interpretações erradas e compromissos. A versão abreviada de um mistério tão grande que é impossível vê-lo. (...)Mas mesmo depois de vermos o outro lado do véu que separa as pessoas, como ela tinha visto como é dificil ter em mente as vidas dos outros! Tudo conspira contra isso. Até a própria vida.</i>

O caso Tichborne tinha de tudo para alimentar a maior polémica do século: naufrágios, heranças escabrosas, plantações exóticas, escravos, mortes, um julgamento infindável, condenações bastante sérias e, por detrás dele, pessoas bem reais: Roger Tichborne ou antes Tom Castro*, Andrew Bogle, William Ainsworth, Eliza Touchet — cada um destes nomes uma miríade de histórias contadas e por contar.

<i>Uma grande parte da vida é ilusão. Cada tentativa de fazer uma travessia, cada ambição de grande altitude que qualquer pessoa possa conceber neste mundo — tudo acaba por cair, inevitavelmente, aos Seus pés, e resulta em nada. </i>

Recorrendo ao estilo (e estrutura) do romance vitoriano, mas fazendo ao mesmo tempo a cisão com esta época, Zadie Smith intercala capítulos, títulos de capítulo, epístola, diferentes vozes e cenários, anacronia, retrato social, romance histórico e de intervenção.
De forma muitíssimo ambiciosa, recorre ao <i>fait-divers</i> para recriar uma época através da qual põe os nossos dias em perspectiva. Lançando mão da diacronia e da sincronia, abre caminho para uma análise da história total (a própria pluralidade da narrativa permite uma leitura assente na história comparada; através da deslocação intercalada da diagese aos espaços colonizados, <i>A Fraude</i> fornece um <i>insight</i> da interpenetração mútua da história e um caminho de comparação direta ainda pouco explorado pela literatura ocidental).

Resulta daqui que <i>A Fraude</i>, de Zadie Smith, se apresente como uma obra de lenta progressão, pouquíssimo enredo e baixo impacto emocional que inaugura o percurso da autora na ficção histórica de forma inteligente e inovadora. Fico a pensar se será este o tempo certo para esta obra ou se, a julgar pela receção deste livro fora dos círculos especializados, ainda estará para vir o verdadeiro reconhecimento. Acho que a própria autora trata de responder aos seus críticos:

<i>Não há aventura, não há drama, nada que estimule o sangue ou o gele. Devo dizer que não consigo compreender as recensões entusiásticas.(...)É só uma quantidade de gente a tratar das suas vidas numa aldeia — vidas desinteressantes, ainda por cima. Um tema ainda mais enfadonho do que um julgamento. Querem que fiquemos admirados por ser uma mulher? Um evidente golpe publicitário da Blackwood's, e é ver como o público cai na armadilha! É só disso que tratam os romances destas senhoras modernas? De pessoas?</i>



* À boa maneira vitoriana, Tom Castro foi postumamente reconhecido pela família Tichborne. Sob o seu caixão foi dada permissão para colocar um cartão com a seguinte inscrição: «Sir Charles Doughty Tichborne».

mmariericker's review against another edition

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I just couldn’t get into it or care. It may be too cerebral for my present desires but I figured if it felt like a slog already — only aided by the short chapters — why read another 300 pages? 

jjreads331's review against another edition

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This was for book club and I couldn't be bothered to get into it. I gave it 15% and cared about nothing and no one.