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Mein Land, unsere Erde, by Sebastiao Salgado

rolandosmedeiros's review against another edition

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2.0

“Sentamo-nos ao redor da mesa da cozinha, fomos passando as fotografias de mão em mão, quase em silêncio, com um nó na garganta e os olhos afogados. Sebastião Salgado veio aqui para me pedir que escreva umas páginas para o livro. Assim farei, embora de antemão saiba que, diante do que acabei de ver, todas as palavras sobram, todas são de mais. Ou de menos”. — Define, perfeitamente, José Saramago. Sebastião foi atrás dele nas Ilhas Canárias, não só o encontrou como também o trouxe para o Brasil, e juntou-o com Chico Buarque em uma trinca poderosa, para a finalização do seu livro de fotografia ''Terra'', em prol do MST, icônico, e premiado com o Jabuti de Literatura.

"Os retratos de Salgado oferecem um retrato múltiplo da dor humana. Ao mesmo tempo, convidam-nos a celebrar a dignidade humana. São de uma franqueza brutal essas imagens de fome e de pena, e, no entanto, têm respeito e pudor. Nada a ver com o turismo da miséria…" — Dessa vez, quem diz é Eduardo Galeano.

Em Outras Américas, já havia fotografado "Estas Américas Latinas tão misteriosas e sofridas, tão heroicas e nobres."; Em África, tentou mostrar que ''A África não é um continente subdesenvolvido, tem o desenvolvimento que tem. Está buscando sua identidade. Os pobres não necessitam piedade ou caridade, mas compressão e assistência."; Em Êxodos, escancara devastação, campos de refugiados, repressão, guerras e favelas; Em Trabalhadores, dignifica os trabalhadores manuais, que julga prestes a desaparecer, com a veloz industrialização que vem vindo atodo vapor; até culminar em Gênesis, uma carta de amor à humanidade e ao mundo.

Em alguns minutos procurando por alguns desses trabalhos, e algumas fotografias avulsas, você já sente o impacto do Tião. Indiscutivelmente o maior fotógrafo brasileiro, e um ser humano iluminado: vê-se a exemplo a criação do Instituto Terra, onde com sua esposa, replantou dois milhões de mudas de árvores, restituindo parte da Mata Atlântica antes devastada, na sua terra em Minas Gerais.

No entanto, pouco disso é visto nessas míseras cento e trinta e poucas páginas. O Documentário sobre seu trabalho, feito pelo grande cineasta alemão Wim Wenders junto do filho do Sebastião, ''O Sal da Terra'', faz surpreendentemente, um papel biográfico muito melhor que esse livro aqui. E detalho isso, pois geralmente o que ocorre é o inverso. O filme chegou a concorrer ao Oscar, e dado os concorrentes, podia muito bem ter vencido; as fotos e narração do Sebastião, com a direção e edição do Wim Wenders, foram exuberantes, me emocionei em certas partes do documentário, que cravo aqui, nessas páginas, impossível de acontecer, com quem quer que seja. As três vezes que foi entrevistado no Roda Viva, por exemplo, foram melhores, mais úteis e fazem mais jus ao grande homem Sebastião.

Esse livro aqui podia ter sido escrito por mim, ou por você, não é um trabalho biográfico. Ponto.
O Sebastião ditou, e a Isabelle Francq escreveu, da maneira mais simples e prosaica possível, formulaica ao extremo. O livro é disparadamente fraco em comparação com tudo que se tem por aí sobre o Sebastião. Só não considero uma perda de tempo, pois ao menos a autora não é verborrágica, e não comete grandes erros ou gafes. É um livro meio inútil, apenas… apenas!

Faz com que permaneça a necessidade de uma verdadeira biografia escrita; na realidade, será mais prazeroso para você conhecer o Sebastião através dos seus próprios livros-reportagens, com fotografias soltas mais sutis, singelas e emocionantes, que todo esse livro aqui, que não passa de uma grande página da Wikipedia.

Se você se interessou, e deseja conhecer o Sebastião, recomendo começar pelo ''Sal da Terra'', que é verdadeiramente muito, muito bom, e ir depois, como anteriormente citado, atrás de seus livros fotográficos; assista, também, as entrevistas no Roda-Viva, e se conseguir, as suas exposições, e só, após esgotar tudo que há por aí, procurar por esse livro. Fica como última opção. Com justeza.

Por último, um crime cometido por esse livro, uma censura ou cesura deliberada, ocultar a maior qualidade do Sebastião Salgado… não é dito que ele torce para o mais belo e harto clube do Rio de Janeiro: O Fluminense Futebol Clube. É um homem lúcido em todos os aspectos da vida, até na escolha de que para qual time torcer… O motivo dessa ocultação só pode ser um: a francesa que escreveu a biografia, além do defeito de escrita, tem um defeito de caráter: é flamenguista.

giraffed's review against another edition

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5.0

Stunning photographs and text, the author is also a great narrator, he gets very personal at times and you will definitely feel very touched by his commitment to his family, work and the planet. I recommend it to anyone who enjoys photography and nature.

kobra's review

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informative inspiring medium-paced

4.5

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