The Toll é a conclusão da trilogia de Arc of a Scythe. Na minha opinião foi uma boa e adequada conclusão, porém não foi excelente. Em The Toll já se passaram três anos desde que Rowan e Citra afundaram com Endura; desde que o Scythe Goddard chegou ao poder; desde que o Thunderhead se fechou para todos, menos para Greyson Tolliver. O livro tem linhas de tempo diferentes para mostrar acontecimentos importantes a partir do ponto de vista dos personagens mais instrumentais da história. Alguns são personagens já conhecidos dos dois volumes anteriores, outros são personagens introduzidos nessa terceira obra. Esses personagens novos considero um dos pontos fracos de The Toll pois não sou fã de apresentar personagens importantes no livro final de uma série. No mundo de Arc of a Scythe, após três anos desde que Endura afundou, Goddard se tornou Overblade of Mid-Merica. Os eventos do livro são uma mistura das linhas temporais para mostrar o que aconteceu ao longo dos três anos e nos dias atuais. Greyson passou a ser considerado “The Toll”, uma espécie de Messias, por ser o único que não foi marcado como Unsavory pelo Thunderhead. Ele se tornou uma espécie de profeta para os tonistas. Scythe Faraday e Munira (a bibliotecária de Alexandria) encontram a Terra de Nod a que rimas infantis fazem referência. Este lugar é na verdade um sistema de ilhas, ponto cego para o Thunderhead, criado pelos Scythes originais. Faraday ao chegar lá descobre que um segundo Scythe é necessário para abrir a segurança do local e acessar o que Faraday acredita ser a medida de segurança deixada pelos Scythes originais caso o sistema do Scythedom desse errado. Munira e Scythe Faraday vivem nas ilhas por um ou dois anos. Os ex-agentes Nimbus procuram Greyson (tudo orquestrado pela Thunderhead) e o rapaz lhes dá as coordenadas da Terra de Nod. Os ex-agentes seguem então para as ilhas sem saber para quê ou porquê. Loriana, uma das ex-agentes, é escolhida pelo Thunderhead para seguir planos providos pela inteligência e que necessitam da aprovação da agente. Ao mesmo tempo, o Scythe Possuelo do Scythedom Amazônico está a bordo do navio de Capitão/Capitã Jerico ou Jeri. Não gostei muito deste últime personagem nove pois Jerico tem um autodomínio emocional, um ar de arrogância, um ar de sempre estar no controle e saber de coisas que outros não sabem, mesmo quando isso não é verdade, que me irritava um pouco. Jerico é de Madagascar e tem gênero fluido (mulher quando o céu está claro, homem quando o sol está escondido). Elu e sua equipe recuperam e abrem o cofre de Endura com os Diamantes de Scythe e descobrem Citra e Rowan mortos. O Scythe Possuelo os esconde em sua região. Citra é bem tratada, mas Rowan é preso porque é acusado de afundar Endura. Scythe Morrison, um Scythe com quem ninguém realmente se importa, é enviado por Goddard para matar Greyson. Scythe Rand continua visitando os bancos de dados do Thunderhead para falar com o construto de memória de Tyger. Morrison se disfarça de chef e infiltra os tonistas para realizar sua missão, mas Greyson descobre que Morrison vai matá-lo por dicas sutis do Thunderhead. Greyson e Morrison fazem um acordo após o scythe falhar na missão. Eles forjam a morte de “The toll” e Morrison se torna guarda-costas de Greyson enquanto este, agora com mais liberdade, viaja pelo exterior fazendo aparições como “The toll” ressurgido e conserta a bagunça que os Tonistas extremistas fizeram.
Goddard, que neste livro se tornou um vilão absolutamente odioso, apesar de o autor fazer um bom trabalho de mostrar como a mente dele funciona, vai atrás de Citra/Scythe Anastasia mas ela foge com Jeri. Rowan é sequestrado e Goddard planeja uma grande execução pública para ele. Jeri e Anastasia encontram asilo numa região Africana. Lá seus aliados fazem Anastasia cavar nos arquivos do Thunderhead e encontrar informações incriminatórias sobre Goddard e então fazer transmissões ao vivo. O mundo começa a se revoltar contra o Overblade e o Scythedom. O gleaning público de Rowan é organizado, mas os Lone Star Scythes do Texas, uma região que não serve Goddard, o resgatam. Goddard, enlouquecido por sua humilhação, ordena a morte de todos no estádio que vieram assistir. As pesquisas de Anastasia a levam até Greyson escondido nas cavernas com os tonistas que estão sendo perseguidos pelos scythes de Goddard após os atos extremistas de alguns sub-grupos da religião. Anastasia e Greyson trabalham juntos para encontrar o scythe Alighieri. Greyson e Jeri começam a se apaixonar, o que para mim foi meio estranho pois até então Jeri mostrava sentimentos por Citra então essa mudança foi um pouco súbita. As pesquisas de Anastasia e o depoimento de Alighieri revelam que Goddard desempenhou um papel no gleaning em massa de pessoas nos projetos de exploração e colonização espacial.
Na Terra de Nod, os ex-agentes estão construindo naves espaciais para serem lançadas guiados pelos planos fornecidos pelo Thunderhead. Isso ocorre em segredo do Scythedom. Ao longo do livro, há trechos do Thunderhead tentando fazer iterações de si mesmo sem sucesso. Anastasia, Greyson e Jeri seguem de barco finalmente para a Terra de Nod, sem saber que um inspetor colocou um dispositivo de rastreamento no barco e alerta Goddard. O Thunderhead, durante essa viagem, assume o controle da mente de Jeri e experimenta ser humano, tocando a bochecha de Greyson. Isso é suficiente para compreender a dimensão humana necessária para fazer uma iteração perfeita de si mesmo. Ao chegar às ilhas, ocorre um reencontro entre Anastasia e Faraday. Tonistas estão sendo mortos a torto e a direito e o Thunderhead arranja de seus cadáveres serem congelados e transportados para a ilha. Rowan é colocado em uma dessas caixas. A LoneStar Scythedom tentou fazer com que ele matasse outros scythes que se opunham a região do Texas, mas Cirrus, a nova iteração do Thunderhead que não possui as mesmas limitações, o ajudou a escapar. Rowan e Anastasia se reencontram nas ilhas e decidem deixar para trás o mundo dos scythe e seguir o plano do thunderhead e embarcar para um novo planeta. Enquanto isso Goddard chega em um avião e faz com que o piloto ejete mísseis derrubando alguns foguetes que tem moradores da ilha e foram carregados com os corpos dos tonistas mortos. Estes corpos serão implantados com memórias de pessoas necessárias para fazer a humanidade prosperar (alguns dos tonistas porém serão revividos pois a tonista irmã Astrid convenceu Cirrus a deixar a religião ter uma chance de sobrevivência em um dos planetas a serem colonizados). Cirrus será o novo Thunderhead para os colonos. Citra e Rowan correm em direção a um foguete, mas Citra é atingida por metal. Rowan a carrega a bordo, contudo Cirrus o informa que só poderá reviver os mortos quando chegar ao destino em cerca de 100 anos. No avião, Scythe Rand glean o piloto e esfaqueia Goddard que estava descontrolado, depois o leva com ela para a cápsula de segurança. Isso foi um elemento frustrante do livro pois esse foi o fim de Goddard e depois de todo o ódio que desenvolvi pelo personagem achei esse final simples, frustrante e não satisfatório para quanto mal ele fez. Rand, após todo o ocorrido nas ilhas, coloca as memórias de Tyger de volta no corpo do rapaz que havia sido “roubado” para a ressurreição de Goddard. Faraday e Munira usam o segundo anel de scythe que finalmente conseguiram para ativar a medida de segurança dos Scythes originais. Um dispositivo é ativado, os anéis de scythe quebram e doenças são liberadas no mundo. Essas doenças foram desenvolvidas a partir das doenças da idade mortal e elas passam a matar pessoas em intervalos de alguns anos assumindo assim o papel dos scythes de controle populacional de forma imparcial.
Rowan quer se juntar a Citra no estado de morte, mas Cirrus o convence de que as chances de sucesso da missão aumentam com a liderança dele. Após 117 anos, ele acorda Citra no novo planeta colônia. Essa separação temporária de Rowan e Citra foi uma decisão um tanto estranha do autor, acredito que para adicionar mais drama a conclusão. Na Terra, as pessoas estão morrendo das doenças liberadas e os Scythes assumiram o novo papel de matar por compaixão para salvá-los de mortes dolorosas. Greyson e Jeri terminam juntos, porém, para minha frustração, Greyson destrói o fone de ouvido através do qual ele conversava com Thunderhead dizendo que marcou a inteligência artificial como unsavory porque este havia assumido o controle do corpo de Jeri sem permissão e não poderia pedir perdão a Jerico por que estu, assim como o resto da humanidade, ainda está marcado como unsavory. Isso para mim não fez sentindo. O Thunderhead cumpriu o papel de pais para Greyson a vida toda e o livro deixa claro que a Inteligência tem sentimentos paternais profundos pelo rapaz. Para Greyson cortar comunicação com o Thunderhead é como alguém cortar relações com os próprios pais porque estes ofenderam seus parceiros. Considerando que o Thunderhead deixou claro que sabia que o que fez foi problemático, mas não havia outra maneira e a inteligência não causou nenhum mal, a ação de Greyson pareceu absurdamente desproporcional. Não fez sentido. Fica implícito que Greyson retornar a se comunicar com Thunderhead está condicionado a inteligência desmarcar a humanidade como unsavory o que, segundo o Thunderhead , acontecerá eventualmente. Mesmo assim a escolha do autor ao fazer isso gerou em mim uma antipatia pelo relacionamento de Greyson com Jeri que não seria necessário caso isso não houvesse ocorrido. No geral, gostei do livro, mas como apontei houve pontos fracos e elementos que me frustraram. No balanço, o final funcionou mesmo que não tenha sido 100% satisfatório. Dou 4.25 estrelas.
Graphic: Bullying, Confinement, Death, Genocide, Hate crime, Self harm, Terminal illness, Violence, Kidnapping, Grief, Religious bigotry, Murder, Gaslighting, Classism, and Pandemic/Epidemic
Moderate: Racism, Xenophobia, and Death of parent
Minor: Blood