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slm_7's review
5.0
Primeiro livro de MDC que li. Uma surpresa magnífica, daquelas que só o mundo literário nos consegue dar. Um humor perspicaz aliado a uma escrita incrível!
graciosareis's review
“Burgueses somos nós todos ou ainda menos”, título retirado de um poema de Mário Cesariny (abaixo publicado), é um livro de onze narrativas curtas. Nestes contos o autor, através de uma escrita subtil e irónica, apresenta-nos “histórias de burgueses desencantados”, isto é, sobre a sociedade que o rodeia.
É sempre com prazer que abordo a prosa de Mário de Carvalho quer pela temática tratada de forma sublime quer pelo vocabulário variado e invulgar que me obriga a usar o dicionário para verificar o sentido das palavras usadas que tão bem se aplicam à descrição dos ambientes e das personagens narrados.
Raio de Luz
Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.
Burgueses somos nós todos
ó literatos.
Burgueses somos nós todos
ratos e gatos.
Burgueses somos nós todos
por nossas mãos.
Burgueses somos nós todos
que horror irmãos.
Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.
Mário Cesariny, «Nobilíssima Visão»
É sempre com prazer que abordo a prosa de Mário de Carvalho quer pela temática tratada de forma sublime quer pelo vocabulário variado e invulgar que me obriga a usar o dicionário para verificar o sentido das palavras usadas que tão bem se aplicam à descrição dos ambientes e das personagens narrados.
Raio de Luz
Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.
Burgueses somos nós todos
ó literatos.
Burgueses somos nós todos
ratos e gatos.
Burgueses somos nós todos
por nossas mãos.
Burgueses somos nós todos
que horror irmãos.
Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.
Mário Cesariny, «Nobilíssima Visão»
filipaacm's review
3.0
Gostei da escrita do autor. Foi o primeiro livro que li dele. Mas não gostei dos temas dos contos, nem dos caminhos que estes percorreram. Talvez ler sobre seres humanos com comportamentos duvidosos durante um isolamento social não tenha sido a melhor opção.
gav_ferreira's review
3.0
Mais uma coletânea maravilhosa do nosso Mário de Carvalho. Já nos habituámos à narrativa exímia e tão própria deste autor, que nos enleva, arrasta, mesmo com a imensa bagagem vocabular que nela está contida.
Alguns dos narradores dos contos tiveram uma "linguagem" atípica da de Mário de Carvalho, o que foi estranho de início, mas muito refrescante.
Alguns dos narradores dos contos tiveram uma "linguagem" atípica da de Mário de Carvalho, o que foi estranho de início, mas muito refrescante.
booksteps_'s review
4.0
Um(a) leitor(a) anseia sempre conectar-se com a obra lida, e criar um laço indecifrável. O problema é que isso nem sempre acontece com os livros de contos. Não obstante, esta obra é especialmente ágil em convencer-nos do contrário - nomeadamente para leitoras como eu, que apreciam e degustam uma boa sátira social, adornada de duplicidade moral e história popular.
Este livro de contos é muito distinto dos que já tive a oportunidade de ler. Em primeiro lugar, porque é difícil enumerar os melhores, visto que a voz que os narra parece uníssona, fruto de uma só entidade. Há uma coerência brutal nesta figura do homem de meia-idade, branco, heterossexual e de classe média. Mas este homem, que em cada história é diferente, embora duplicado, é alguém sufocado pela vida, criando para si historietas paralelas costuradas a fim de apimentar o quotidiano macerado.
O título foi inspirado num poema de Mário Cesariny (1991) sobre ser burguês. O facto é que nada disto implica a aceitação dos valores culturais da burguesia. Ademais, o que é sequer ser burguês? Falamos de um ponto de vista liberal ou marxista?
Na verdade, tanto Cesariny como Mário de Carvalho embelezam o tema da ação cívica relacionada com a defesa da liberdade sexual, numa linha que passa pela tentativa de continuação de valores progressistas.
Destas histórias curtas, retiramos do trivial uma valente dose de humor, a lição de como saber rir-se de si próprio; o que se passa por detrás da porta do outro? Provavelmente muito drama e pouca ação - não muito mais do que na nossa.
São contos que abordam o flagelo da morte (pelo que fica e não se altera), da traição, e do isolamento face aos valores familiares e sociais, como pais e filhos desencontrados moralmente, e casamentos ardilosos. Admito que o vocabulário incontável caprichou a leitora mimada que sou.
Recomendo muito.
Este livro de contos é muito distinto dos que já tive a oportunidade de ler. Em primeiro lugar, porque é difícil enumerar os melhores, visto que a voz que os narra parece uníssona, fruto de uma só entidade. Há uma coerência brutal nesta figura do homem de meia-idade, branco, heterossexual e de classe média. Mas este homem, que em cada história é diferente, embora duplicado, é alguém sufocado pela vida, criando para si historietas paralelas costuradas a fim de apimentar o quotidiano macerado.
O título foi inspirado num poema de Mário Cesariny (1991) sobre ser burguês. O facto é que nada disto implica a aceitação dos valores culturais da burguesia. Ademais, o que é sequer ser burguês? Falamos de um ponto de vista liberal ou marxista?
Na verdade, tanto Cesariny como Mário de Carvalho embelezam o tema da ação cívica relacionada com a defesa da liberdade sexual, numa linha que passa pela tentativa de continuação de valores progressistas.
Destas histórias curtas, retiramos do trivial uma valente dose de humor, a lição de como saber rir-se de si próprio; o que se passa por detrás da porta do outro? Provavelmente muito drama e pouca ação - não muito mais do que na nossa.
São contos que abordam o flagelo da morte (pelo que fica e não se altera), da traição, e do isolamento face aos valores familiares e sociais, como pais e filhos desencontrados moralmente, e casamentos ardilosos. Admito que o vocabulário incontável caprichou a leitora mimada que sou.
Recomendo muito.
raquelmagalhaes's review
3.0
Além dos contos do funeral e da prostituta, achei que todos demoram a desenvolver e não vão a lado nenhum.
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