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anna_vaclavik's review against another edition
reflective
slow-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? No
- Loveable characters? No
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? Yes
2.0
joanamlr's review
4.0
Sándor Marai mergulha nas marés da amizade com uma ousadia que só possuem aqueles que sabem perfeitamente daquilo que estão a falar; daqueles que viveram, que pensaram e repensaram sobre questões que a maioria prefere ignorar. A amizade parece um tema simplório mas é de uma complexidade extrema porque, como tudo o que implica relações, compromissos e sentimentos, envolve duas pessoas, dois pontos de vista diferentes, e muitas e variadas emoções, desilusões, esperanças. Nada que detenha estes elementos será alguma vez simples. O facto de praticamente se tratar de um monólogo tornava-o, à partida, num livro pouco apetecível para mim. Gosto de interação, de perceber o que se passa na cabeça de todos os intervenientes. No entanto, há perguntas que são feitas sem a necessidade de serem respondidas. É importante reter o sumo das inúmeras e riquíssimas reflexões feitas no decorrer desta conversa. Uma pessoa não pode ler este livro sem rever as suas amizades, considerar se o são de facto, se são algo menos ou algo mais (seja esse menos e esse mais o que for para cada um). Repensar estes aspetos traz sempre o enorme risco de considerarmos as nossas relações como fraudes sob os critérios e pontos de vista de alguém. Não deve ser assim. Não existe um manual que defina o que é ou não a amizade e este livro não pretende sê-lo. Todos teremos os nossos critérios, uns mais bem definidos, outros menos. A idiossincrasia é a coisas mais bonita que existe. Deixemos que ela persista, concordando e discordando com a mesma leviandade. Posto isto, é impossível ficar indiferente a certas passagens desta conversa. São comoventes, inspiradoras e tocam em certos pontos que “fazem doer”. Vejamos alguns exemplos:
«A amizade deles era tão séria e silenciosa, como todos os grandes sentimentos que duram uma vida inteira. E tal como os grandes sentimentos, continha também um certo pudor e sentimento de culpa. Uma pessoa não pode apropriar-se impunemente de outra, separando-a das restantes.» (p.30)
«Não há nada tão desejado pelo homem, como uma amizade desinteressada. Mas é um desejo sem esperança (…). Nada é tão raro entre jovens como uma afeição desinteressada que não pretende do outro nem ajuda nem sacrifício. A juventude está sempre à espera do sacrifício da parte daqueles a quem entrega a sua esperança.» (p.33) – quão incisivas, dolorosas e verdadeiras não são estas informações? Todos esperamos algo daqueles a quem damos algo. A amizade deveria, talvez, ser uma entrega completamente altruísta, que não visa qualquer recebimento. No entanto, raras são as vezes em que isso é possível. Esperamos sempre algo daqueles de quem gostamos. Esta ideia é reforçada várias vezes durante a longa conversa entre os velhos amigos:
«Os interesses comuns por vezes criam situações humanas que são semelhantes à amizade. E as pessoas também fogem da solidão, entrandi em todo o tipo de intimidades de que, a maior parte das vezes, se arrependem, mas durante algum tempo podem estar convencidas de que essa intimidade é uma espécie de amizade. (…) O amigo, assim como o namorado, não espera recompensa pelos seus sentimentos. Não quer contrapartidas, não considera a pessoa que escolheu para ser seu amigo como uma criatura irreal, conhece os seus defeitos e assim o aceita, com todas as suas consequências. Isso seria o ideal. (…) Quanto vale qualquer afeto se que espera recompensa? Não seria nosso dever aceita o amigo infiel da mesma maneira que o amigo abnegado e fiel?» (p. 81)
Toda a narrativa é um ensaio sobre as vicissitudes da amizade e a velhice, num diálogo que se resume a um monólogo que vai relatando, a pouco e pouco, a história daquelas duas pessoas num outro tempo, muito distante. Uma história que teria ficado inacabada e por clarificar e que se resolve nas palavras não ditas, nos silêncios, no encontro. Para nós, leitores, acaba por ser agridoce nunca conhecer o “outro lado da história”, os motivos que levaram a certas atitudes e opções. Viramos a última página com um sentimento de frustração potente, mas muito pautado pela diferença que já sentimos que o livro operou em nós.
«A amizade deles era tão séria e silenciosa, como todos os grandes sentimentos que duram uma vida inteira. E tal como os grandes sentimentos, continha também um certo pudor e sentimento de culpa. Uma pessoa não pode apropriar-se impunemente de outra, separando-a das restantes.» (p.30)
«Não há nada tão desejado pelo homem, como uma amizade desinteressada. Mas é um desejo sem esperança (…). Nada é tão raro entre jovens como uma afeição desinteressada que não pretende do outro nem ajuda nem sacrifício. A juventude está sempre à espera do sacrifício da parte daqueles a quem entrega a sua esperança.» (p.33) – quão incisivas, dolorosas e verdadeiras não são estas informações? Todos esperamos algo daqueles a quem damos algo. A amizade deveria, talvez, ser uma entrega completamente altruísta, que não visa qualquer recebimento. No entanto, raras são as vezes em que isso é possível. Esperamos sempre algo daqueles de quem gostamos. Esta ideia é reforçada várias vezes durante a longa conversa entre os velhos amigos:
«Os interesses comuns por vezes criam situações humanas que são semelhantes à amizade. E as pessoas também fogem da solidão, entrandi em todo o tipo de intimidades de que, a maior parte das vezes, se arrependem, mas durante algum tempo podem estar convencidas de que essa intimidade é uma espécie de amizade. (…) O amigo, assim como o namorado, não espera recompensa pelos seus sentimentos. Não quer contrapartidas, não considera a pessoa que escolheu para ser seu amigo como uma criatura irreal, conhece os seus defeitos e assim o aceita, com todas as suas consequências. Isso seria o ideal. (…) Quanto vale qualquer afeto se que espera recompensa? Não seria nosso dever aceita o amigo infiel da mesma maneira que o amigo abnegado e fiel?» (p. 81)
Toda a narrativa é um ensaio sobre as vicissitudes da amizade e a velhice, num diálogo que se resume a um monólogo que vai relatando, a pouco e pouco, a história daquelas duas pessoas num outro tempo, muito distante. Uma história que teria ficado inacabada e por clarificar e que se resolve nas palavras não ditas, nos silêncios, no encontro. Para nós, leitores, acaba por ser agridoce nunca conhecer o “outro lado da história”, os motivos que levaram a certas atitudes e opções. Viramos a última página com um sentimento de frustração potente, mas muito pautado pela diferença que já sentimos que o livro operou em nós.
jccobosp's review against another edition
inspiring
mysterious
reflective
medium-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? Yes
- Loveable characters? Yes
- Diverse cast of characters? Yes
5.0
sofiasilva6's review
4.0
Well, this was definitely different than what I was expecting.
The whole story of the book goes by in less than 24 hours with a bit of story telling to explain the situation so we can understand the reason why these characters are reunited in the first place.
There are only 2 very important characters, well three actually and two others that run along the sidelines I would say, but for the action of the majority of the book it is one character speaking and the other one listening, it’s pretty much a monologue now that I think about it.
It is basically a story about two childhood friends who grew apart when they were young adults and reunite 41 years later to answer a few questions. The whole thing is about those questions, the reason why one of them left. And in one night all questions must be answered.
As they are talking through the night you’ll start knowing more and more about the story, I don’t want to give too much away but lets just say it doesn’t end the way i thought it would.
Overall it is a great book, easy to read, less than 200 pages so it is quick to read as well. A book about friendship and everything that comes with it, the highs and lows of the friendship between two men.
The whole story of the book goes by in less than 24 hours with a bit of story telling to explain the situation so we can understand the reason why these characters are reunited in the first place.
There are only 2 very important characters, well three actually and two others that run along the sidelines I would say, but for the action of the majority of the book it is one character speaking and the other one listening, it’s pretty much a monologue now that I think about it.
It is basically a story about two childhood friends who grew apart when they were young adults and reunite 41 years later to answer a few questions. The whole thing is about those questions, the reason why one of them left. And in one night all questions must be answered.
As they are talking through the night you’ll start knowing more and more about the story, I don’t want to give too much away but lets just say it doesn’t end the way i thought it would.
Overall it is a great book, easy to read, less than 200 pages so it is quick to read as well. A book about friendship and everything that comes with it, the highs and lows of the friendship between two men.
turtlebassoonist's review against another edition
emotional
reflective
sad
slow-paced
- Plot- or character-driven? A mix
- Strong character development? No
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? Yes
3.5
Really interesting plot structure! The events have all transpired, but decades ago. Essentially one long build up to an intense, reflective conversation between friends that starts out sad and gets sadder.
acmarinho3's review
3.0
Uma narrativa lenta, o que implica uma leitura calma, demasiado calma para o meu ritmo habitual. Sándor Márai escreve muito bem, é inegável, mas não soube falar comigo. Raramente despertou algo em mim, talvez pela característica melancólica inerente a toda a história. Tudo é triste, lento, nostálgico. Apesar de ter lido o livro num par de horas terminei insaciada. Eu queria mais respostas, queria perceber melhor a perspetiva de Konrád e em troca, Sándor ficou-se pela superficialidade, talvez com o objetivo de ser o leitor de tirar as suas conclusões que, atenção, é um aspeto que me agrada nos escritores, mas apenas quando me guiam corretamente ao longo das várias emoções da história, mas isso não aconteceu. É um livro que questiona as relações humanas, que alimenta a melancolia, o ódio, a tristeza, a raiva, a perda, a vingança. Tinha tudo para dar certo, mas para mim ficou aquém das expectativas que tinha.
twgiada's review against another edition
emotional
inspiring
reflective
medium-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? Yes
- Diverse cast of characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? It's complicated
3.75