Reviews with content warning for Confinement - 'Salem's Lot

‘Salem’s Lot é a visão de Stephen King de vampiros. Jerusalem´s Lot ou ‘Salem’s Lot é uma cidade fictícia do Maine, nos EUA. A história inicia com o escritor de sucesso Ben Mears se mudando temporariamente de volta para uma cidade do seu passado buscando inspiração em particular numa casa antiga de ‘Salem’s Lot, a Marsten House, que foi cenário de um crime e dizem ser assombrada. King no começo da obra apresenta muitos personagens para dar vida a essa cidade, muitos desses personagens não têm influência direta na história principal, mas foi interessante para realmente dar a sensação de uma cidade habitada por pessoas com suas próprias histórias.

Em ‘Salem’s Lot Ben conhece e se envolve com Susan Norton enquanto simultaneamente ocorre uma sorrateira infiltração na cidade por vampiros transformados pelo poderoso e antigo Kurt Barlow. O vampiro utilizou seu escravo humano Richard Straker para agir em ‘Salem’s Lot. Ben e Susan começam a perceber a mudança sinistra na cidade e logo conhecem outros personagens que também desconfiam de algo e tentam lutar contra o que acontece. O livro é mais sombrio do que esperava, apesar de esse não ser o meu primeiro livro de King. Na obra ocorrem alguns cenários fortes e muitas mortes, por exemplo o cenário do abuso e negligência de um bebê por parte dos pais e a morte dos três. Muitos personagens de destaque também faleceram como Susan, o médico Jimmy Cody e Matt Burke, um professor que se tornou amigo de Ben e foi a mente pensante do grupo contra os vampiros. Esses elementos sombrios contribuíram para a minha opinião de que esse foi um dos melhores livros de King que li até o momento. Não sou particularmente fã de genocídio de personagens por autores, mas nessa obra acredito que as várias mortes contribuíram para a narrativa e deixou o clima urgente e sinistro. Um personagem que fez parte do grupo de Ben e não teve um fim claro foi o padre Callahan. Transformado em vampiro ele deixa a cidade em angustia sem direção clara. Será que irei ver esse personagem novamente na Dark Tower Series? O tempo dirá. O ponto mais fraco nessa obra para mim foram o previsível sexismo e misoginia de King. Ele não é terrivelmente sexista e misógino, mas ainda assim esses elementos figuram em suas histórias. Por exemplo quando homens e mulheres foram transformados em vampiros homens que desejavam uma mulher receberam essas mulheres como companheiras. Por acaso essas mulheres transformadas não desejavam elas mesmas outras pessoas diferentes desses homens? Porque essas mulheres transformadas foram o “prêmio” dos homens transformados? Por exemplo quando Susan se tornou vampira ela se juntou ao seu antigo namorado que ainda a queria, mas Susan não tinha mais sentimentos por ele antes da transformação. Sobre essa situação do ex-namorado de Susan ainda ter interesse nela, inicialmente me preocupou pois achei que seria uma storyline de Ben e Susan lutando contra um ex-namorado ciumento, mas felizmente a narrativa não foi nessa direção, apesar de não ter gostado de vampira Susan ter sido um “prêmio” para seu ex, o final da personagem não foi relacionado a ele. A conclusão da obra como um todo foi, na minha opinião, um dos finais fortes de King. Outro personagem que merece ser mencionado foi Mark Petrie, um menino precoce e inteligente ciente do que ocorria em ‘Salem’s Lot que após uma tentativa fracassada junto a Susan (que resultou na captura da mulher) ele se juntou ao grupo de caça vampiros e acabou por ter seus pais assassinados por Barlow. Ben e Mark ao fim deixaram a cidade que havia sido tomada por vampiros após Ben matar Susan e Barlow, esse último em um confronto final. Após um tempo Ben e Mark retornam a ‘Salem’s Lot para terminar o que começaram, matar os vampiros, e começam um incêndio para consumir a cidade enquanto os vampiros dormem.

No geral esse foi um livro de terror forte de King (nem todos livros dele classificados como terror realmente pertencem ao gênero) com clima sombrio numa cidade menor e sensação de urgência e desespero. O autor não pegou leve e eu posso apreciar isso. Com o característico bom desenvolvimento de personagens do autor e um final sólido esse foi um dos melhores que li de King até o presente momento, dou 4.5 estrelas.

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