A série The Divine Cities foi indicada por poucos Booktubers, mas os que a recomendaram tinham excelente opinião sobre a série. Após o primeiro livro, City of Stairs, entrar em promoção no Kindle optei por iniciar a trilogia. O início é sólido com City of Stairs, uma mistura de Fantasia e Mistério. Logo no começo um pesquisador em missão diplomática, Dr Efrem Pangyui, é assassinado na cidade de Bulikov, onde toda a narrativa se passa. Deste ponto em diante os mistérios e perguntas do livro só aumentam: quem matou? Porque? O que Dr Pangyui descobriu? A história nos leva em um mergulho profundo na mitologia e religião daquele mundo. Robert Jackson Bennett criou um universo com mitos bastante interessantes. Dá para ver que as religiões deste universo têm características de algumas religiões do mundo real, inclusive a maioria dos problemas apresentados por estas como preconceito e intolerância. O elenco de personagens que povoaram a história não é em primeiro momento completamente agradável, mas ao final do livro me encontrei um pouco apegada a cada um dos personagens (Ashara Komayd, Vohannes Votrov, Sigrud, Governadora Turyin Mulaghesh). Todos tinham aspectos positivos e negativos. Ashara Komayd, ou simplesmente Shara, foi uma protagonista psicologicamente, mentalmente e emocionalmente forte. Shara é bastante inteligente, determinada, possui profundo conhecimento sobre a história e religião do continente e é pragmática. Por toda obra ela conduz a investigação e ao final, após assassinar a divindade libertada, uma junção enlouquecida entre as divindades Jukov e Kolkan, Shara recebe revelações bombásticas sobre sua descendência de um ser divino. Revelação feita pela última divindade viva, Olvos (que é bem zen). Sigrud tem um passado misterioso e é o braço direito de Shara, sua arma e guarda-costas que funcionou como trunfo nas batalhas mais importantes do livro. Imagino que verei mais sobre ele nos próximos livros. Mulaghesh como governadora da cidade e líder Badass foi excelente. Ela tem uma personalidade sem frescura e é uma aliada e facilitadora para Shara. Vohannes Votrov, ex-namorado de Shara, foi o que causou maior impacto por sua história trágica. Vi em uma review que Vohannes era Bisexual e discordo. Para mim ficou claro que Vohannes era gay, mas ele amava a mente e personalidade de Shara. Por isso ele nunca pode estar 100% no relacionamento, porque ele estava dividido em seu amor pelo que Shara representava e sua orientação sexual que desejava algo que Shara não poderia lhe dar. Ele era um personagem cheio de conflitos pois foi criado por sua família e guardiões segundo as regras da divindade mais rígida e fanática, Kolkan, mas seu eu real contradizia todas as regras impostas. Seu fim foi trágico, se sacrificando por Shara, mas a cena final em que Shara joga suas cinzas no Oceano entre Saypur e o Continente foi melancólica e emocional para mim. De uma forma geral foi um bom livro e considero Robert Jackson Bennett um dos melhores escritores que descobri no ano de 2021. Seu tratamento dos personagens femininos foi excelente. Não tenho muitos pontos negativos para indicar. Algumas pessoas dizem que o livro é muito infodump. Não para negar que é sim, muito tempo de página é gasto estabelecendo o mundo e mitologia. Porém isso não realmente me incomodou porque esses aspectos foram bastante interessantes. Um ponto fraco, porém, foi o fato de quem planejou e colocou em ação todo o plano de assassinato do Dr. Pangyui e retorno das divindades foi o irmão mais velho (e fanático) de Vohannes, Volka Votrov. Achei que isso foi bastante previsível a partir do momento em que foi estabelecido que Volka havia desaparecido a anos em uma jornada de peregrinação e no presente em Bulikov “Vohannes” fez aparições em que se comportava “diferente” do seu usual. Volka, líder do grupo “terrorista” Restorationists, apesar de ter tido sucesso no seu plano para libertar Kolkan (sem saber que este havia sido fundido com Jukov no seu tempo aprisionados em um vidro de janela) teve uma das piores mortes como recompensa por seu fanatismo nas mãos da divindade enlouquecida. Em resumo o livro construiu um mundo extremamente intrigante e apesar de longo, não realmente senti o tempo passar ao ler City of Stairs. Planejo continuar com a trilogia e dou 4.5 estrelas a este primeiro volume.
Graphic: Confinement, Death, Drug use, Genocide, Gore, Homophobia, Misogyny, Racism, Slavery, Violence, Xenophobia, Kidnapping, Grief, Religious bigotry, Murder, Fire/Fire injury, and Colonisation
Moderate: Body horror, Child death, Gun violence, Sexual content, Torture, Blood, Car accident, Gaslighting, and Alcohol