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nzagalo's review against another edition
5.0
É um livro curto, mas se se lê numa tarde deve mais às brilhantes competências do autor no contar de histórias. Com uma premissa digna do género fantástico — uma agorafóbica que se empareda dentro de um apartamento no topo de um prédio de luxo em Angola durante os tumultos da transição para a independência e aí permanece por 30 anos sozinha — as parcas 250 páginas parecem voar na nossa frente, tecendo ficção e História de vários povos e especialmente de um continente. No final, respira-se África, respira-se humanidade, sente-se uma enorme leveza, apesar do Esquecimento, a dignidade nunca foi perdida.
Foi o primeiro livro de Agualusa que li, tendo-me apanhado totalmente de surpresa. Aproximei-me por causa da premissa, após a tomada de conhecimento da mesma numa lista de romances africanos, mas assim que abri a primeira página só consegui parar para almoçar e depois no virar da última página, o que dá bem conta do virtuosismo de Agualusa. Tenho de dizer que me ajudou imensamente o enquadramento do momento da independência de Angola escrito por Kapuściński — "Mais um dia de Vida" (1975) —, já que foi como voltar a esse a livro, e partir daí para uma outra história, que acabaria por se revelar muito mais do que isso.
[Muito breve interpretação com possível spoiler]
Não querendo revelar completamente o sentido da metáfora, aquilo que Agualusa procura dizer está centrado no título, sendo a personagem de Ludo quem encerra o livro questionando-se a si mesma sobre o porquê de todos aqueles anos perdidos, o porquê de se ter votado a todo aquele esquecimento, o que inevitavelmente nos obriga a pensar no continente, e no eterno esquecimento de si e por todos nós. No meio do conceito, acabamos por começar a criar uma teia mais alargada de sentidos desde logo a mais simbólica criada pelos animais-personagens — o cão albino Fantasma, o macaco Che Guevara, o hipopótamo Fofo e o pombo-correio Amor, mas também as origens da fobia de Ludo com base num evento na Costa Nova. Tudo é trespassado por uma teia narrativa que cruza sacos de diamantes com amantes, pais, protetores e condenados próprios do melhor que o realismo mágico nos tem dado.
O livro é curto, mas o fôlego é enorme, oferecendo profunda inspiração. O mundo do Esquecimento agarra-se a nós e preenche toda a nossa vontade de sonhar. Por várias horas não conseguimos desligar daquele universo, sentindo apenas que é ali que queremos estar, naquele mundo que produz, por entre a melancolia, uma visão de alcance sem fim graças à luz límpida de África que nos preenche de esperança.
Publicado no VI com links e imagens: https://virtual-illusion.blogspot.com/2020/05/teoria-geral-do-esquecimento.html
Foi o primeiro livro de Agualusa que li, tendo-me apanhado totalmente de surpresa. Aproximei-me por causa da premissa, após a tomada de conhecimento da mesma numa lista de romances africanos, mas assim que abri a primeira página só consegui parar para almoçar e depois no virar da última página, o que dá bem conta do virtuosismo de Agualusa. Tenho de dizer que me ajudou imensamente o enquadramento do momento da independência de Angola escrito por Kapuściński — "Mais um dia de Vida" (1975) —, já que foi como voltar a esse a livro, e partir daí para uma outra história, que acabaria por se revelar muito mais do que isso.
[Muito breve interpretação com possível spoiler]
Não querendo revelar completamente o sentido da metáfora, aquilo que Agualusa procura dizer está centrado no título, sendo a personagem de Ludo quem encerra o livro questionando-se a si mesma sobre o porquê de todos aqueles anos perdidos, o porquê de se ter votado a todo aquele esquecimento, o que inevitavelmente nos obriga a pensar no continente, e no eterno esquecimento de si e por todos nós. No meio do conceito, acabamos por começar a criar uma teia mais alargada de sentidos desde logo a mais simbólica criada pelos animais-personagens — o cão albino Fantasma, o macaco Che Guevara, o hipopótamo Fofo e o pombo-correio Amor, mas também as origens da fobia de Ludo com base num evento na Costa Nova. Tudo é trespassado por uma teia narrativa que cruza sacos de diamantes com amantes, pais, protetores e condenados próprios do melhor que o realismo mágico nos tem dado.
O livro é curto, mas o fôlego é enorme, oferecendo profunda inspiração. O mundo do Esquecimento agarra-se a nós e preenche toda a nossa vontade de sonhar. Por várias horas não conseguimos desligar daquele universo, sentindo apenas que é ali que queremos estar, naquele mundo que produz, por entre a melancolia, uma visão de alcance sem fim graças à luz límpida de África que nos preenche de esperança.
Publicado no VI com links e imagens: https://virtual-illusion.blogspot.com/2020/05/teoria-geral-do-esquecimento.html
jeanphilli's review against another edition
5.0
A beautifully written book with fascinating characters and a complicated interwoven plot. I loved the magical realism feeling, the nonlinear story telling and the view of the Angolan liberation from so many points of view. I had to keep notes on individuals as they came and went through their own and others’ stories. I loved this book.
luisaar's review against another edition
emotional
reflective
sad
tense
slow-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? Yes
- Loveable characters? Yes
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? Yes
5.0
rasakarabasa's review against another edition
oh boy, what was that? <3 Loved the style, the story, the thickness of it...
“God invented music so poor people could be happy.” - said Jose Eduardo Agualusa.
He himself invented a new kind of love and attachment to magic realism, so lost people can find a home. Even in revolutionary Angola.
“God invented music so poor people could be happy.” - said Jose Eduardo Agualusa.
He himself invented a new kind of love and attachment to magic realism, so lost people can find a home. Even in revolutionary Angola.
caroline562023's review against another edition
challenging
hopeful
reflective
sad
medium-paced
- Plot- or character-driven? A mix
- Strong character development? Yes
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? It's complicated
- Flaws of characters a main focus? No
5.0
I could not put this book down. It weaves a rich tapestry of emotions and characters with no excesses, no superfluities. It simply exists at the perfect pitch from beginning to end. I wish I could read it again for the first time.
cami_moon's review against another edition
dark
reflective
sad
medium-paced
- Plot- or character-driven? A mix
- Strong character development? Yes
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? Yes
3.5
egle_va's review against another edition
adventurous
emotional
sad
fast-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? Yes
- Diverse cast of characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? No
4.5
Graphic: Confinement, Death, Gun violence, Rape, Sexual assault, Sexual violence, Colonisation, and Classism
ryn_reads's review against another edition
challenging
emotional
reflective
slow-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? Yes
- Loveable characters? Yes
- Diverse cast of characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? Yes
4.0
annehed's review against another edition
adventurous
challenging
dark
emotional
medium-paced
- Plot- or character-driven? Plot
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? No
3.5