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A review by ritaralha
A Vida Era Assim em Middlemarch by George Eliot, Mário Domingues
5.0
Mary Ann Evans (1819 — 1880) foi uma romancista autodidacta inglesa. Escolheu usar o pseudónimo de George Eliot para fugir dos estereótipos que diziam que as mulheres só escreviam romances leves.
Middlemarch foi inicialmente publicado como um romance/novela, dividido em oito partes que saíam a cada dois meses. Começou com a história de Lydgate e as dificuldades de ser um médico de província, depois passou para a história de Dorothea, e, posteriormente, George Eliot decidiu construir um mundo em torno destas duas personagens, criar o retrato de uma cidade e dos seus habitantes e, paralelamente, analisar tópicos políticos, sociais e económicos através de uma série de episódios que servem para mostrar como as pessoas são afectadas pelas mudanças, e como o progresso influencia as suas vidas. Um retrato da complexidade da vida humana comum: tragédias silenciosas, fracassos de pequenos personagens, pequenos triunfos e momentos tranquilos de dignidade.
É um romance invulgar, de proporções épicas mas que modifica a noção de épico. Em Middlemarch não há um herói e grandes aventuras, há a vida provincial de pessoas comuns, vidas e histórias perfeitamente normais.
E como ninguém pode representar a vida provincial, é necessário incluir várias pessoas. Assim como o número de personagens (>40*) é enorme, a diversidade de assuntos (>15*) não lhe fica atrás, o que dificulta, numa fase inicial, a leitura, mas à medida que vamos avançando percebemos a complexidade das personagens, as suas contradições e podemos apreciar, ou não, cada um deles de acordo com suas falhas e defeitos pessoais.
É uma experiência enriquecedora e memorável.
Houve momentos em que me senti aquela velha à janela sempre pronta a meter o nariz na vida dos outros.
Middlemarch foi inicialmente publicado como um romance/novela, dividido em oito partes que saíam a cada dois meses. Começou com a história de Lydgate e as dificuldades de ser um médico de província, depois passou para a história de Dorothea, e, posteriormente, George Eliot decidiu construir um mundo em torno destas duas personagens, criar o retrato de uma cidade e dos seus habitantes e, paralelamente, analisar tópicos políticos, sociais e económicos através de uma série de episódios que servem para mostrar como as pessoas são afectadas pelas mudanças, e como o progresso influencia as suas vidas. Um retrato da complexidade da vida humana comum: tragédias silenciosas, fracassos de pequenos personagens, pequenos triunfos e momentos tranquilos de dignidade.
É um romance invulgar, de proporções épicas mas que modifica a noção de épico. Em Middlemarch não há um herói e grandes aventuras, há a vida provincial de pessoas comuns, vidas e histórias perfeitamente normais.
E como ninguém pode representar a vida provincial, é necessário incluir várias pessoas. Assim como o número de personagens (>40*) é enorme, a diversidade de assuntos (>15*) não lhe fica atrás, o que dificulta, numa fase inicial, a leitura, mas à medida que vamos avançando percebemos a complexidade das personagens, as suas contradições e podemos apreciar, ou não, cada um deles de acordo com suas falhas e defeitos pessoais.
É uma experiência enriquecedora e memorável.
Houve momentos em que me senti aquela velha à janela sempre pronta a meter o nariz na vida dos outros.