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A review by joaofranciscof
Kafka à Beira-Mar by Haruki Murakami
5.0
Ainda estou a tentar absorver este livro. Não sei como é que alguém consegue escrever uma coisa destas. O Murakami escreveu esta odisseia de uma forma tão intricada e complexa, mas ao mesmo tempo lúcida e consistente, e é um grande feito. É uma história sobre a relação do consciente, subconsciente e inconsciente, e da relação entre nós, o nosso interior, e o que nos rodeia (não será isto o mesmo?). Para além disto, também considera a mecanização do universo e do mundo que nos rodeia, tendo o destino um papel fulcral nisto, obviamente. Mas, acima de tudo, é uma importante reflexão e posição sobre as recordações e as memórias, e os eventos e escolhas que nos marcam de maneiras demasiado profundas para descrever (especialmente quando estamos em crescimento). Mais uma vez, os diálogos são completamente prazerosos e o Haruki tem-nos na mão ao longo das quase 600 páginas de livro, à procura de simbolismos ou não, só a aproveitar a vista. Sinto que esta magnífica narrativa vai ficar comigo para sempre, e as suas personagens encravadas em mim.
“- Não é uma coisa que se possa traduzir em palavras. A verdadeira resposta é algo que está para lá de todas elas.
- Aí tens - replica Sada. - Exatamente. Se não conseguimos exprimir uma coisa através de palavras, o melhor é nem sequer tentar.
- Nem sequer connosco próprios?
- Acho que sim - diz Sada. - Acho que o melhor é nem sequer tentar explicá-la, nem a nós próprios.”
Nota 1: a tradução deixa um pouco a desejar
Nota 2: sim, eu chorei várias vezes ao longo das últimas 100 páginas, e sim, eu morreria, sem hesitar, pelo Nakata, pelo Hoshino e pelo Oshima
“- Não é uma coisa que se possa traduzir em palavras. A verdadeira resposta é algo que está para lá de todas elas.
- Aí tens - replica Sada. - Exatamente. Se não conseguimos exprimir uma coisa através de palavras, o melhor é nem sequer tentar.
- Nem sequer connosco próprios?
- Acho que sim - diz Sada. - Acho que o melhor é nem sequer tentar explicá-la, nem a nós próprios.”
Nota 1: a tradução deixa um pouco a desejar
Nota 2: sim, eu chorei várias vezes ao longo das últimas 100 páginas, e sim, eu morreria, sem hesitar, pelo Nakata, pelo Hoshino e pelo Oshima