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A review by rolandosmedeiros
Antologia da Literatura Fantástica by Jorge Luis Borges
5.0
A antologia seminal da Literatura Fantástica, curada por três grandes do seu gênero, é muito mais do que um clássico argentino. A obra revela a pena de escritores escondidos e/ou obscuros que dificilmente você encontra normalmente. Escritores oclusos do Canon, mas que produzem contos par a par com grandes nomes da Literatura Mundial; Giovani Papini, Leopoldo Lugones, Santiago Dabove, May Sinclair, Villiers de L’Isle Adam e Ryunosuke Akutagawa dividem páginas (e não se ofuscam) com H.G Wells, Kipling, Joyce, Poe, Maupassant, Córtazar e muitas outras presenças ilustres; exemplo do refino da seleção dos organizadores.
Eles (Bioy, Ocampo e Borges) também aparecem, cada qual com um ou mais contos autorais (e até com pseudônimos que escrevem a quatro mãos); e não é surpresa para quem os conheça minimamente que também produzam histórias de imensa qualidade: não se auto-inserem apenas por vaidade. Tlon, Uqbar Orbius Tetius do Borges e A Lula Opta por sua Tinta do Bioy figuram as melhores histórias da antologia, e a Ocampo com seu cotidiano-disforme, não fica para trás.
Viaja-se na biblioteca destes três argentinos, através de autores das mais diversas nacionalidades e das mais diversas épocas, não só em contos, mas também em enxertos, microcontos, peças de teatro e até relatos que ficam na margem da ficção e da realidade. O livro perpassa pelos Contos Orientais, pela magia das Mil e Uma Noites, por Petronio e seu Satyricon, e estende-se até o modernismo, com Os Mortos, do Joyce. (No entanto, ele fica por aí. O Manguel por exemplo, inspirado por este livro, "pega" da onde nossos curadores pararam, no seu "Book of Fantastic Literature", de dois grandes volumes)
Os contos foram todos traduzidos (alguns inéditos) pelos autores da antologia, que também conta com uma ótima introdução do Bioy sobre como ela foi concebida e sobre a literatura fantástica como um todo; outras edições contam até com uma introdução da Úrsula K. Le Guin;
Só seguindo pelo sumário a lista de autores, e indo atrás de suas principais obras (fantásticas ou não), você já tem uma boa lista de leitura para praticamente o resto da vida. É um livro que eu recomendaria para qualquer um.
Eles (Bioy, Ocampo e Borges) também aparecem, cada qual com um ou mais contos autorais (e até com pseudônimos que escrevem a quatro mãos); e não é surpresa para quem os conheça minimamente que também produzam histórias de imensa qualidade: não se auto-inserem apenas por vaidade. Tlon, Uqbar Orbius Tetius do Borges e A Lula Opta por sua Tinta do Bioy figuram as melhores histórias da antologia, e a Ocampo com seu cotidiano-disforme, não fica para trás.
Viaja-se na biblioteca destes três argentinos, através de autores das mais diversas nacionalidades e das mais diversas épocas, não só em contos, mas também em enxertos, microcontos, peças de teatro e até relatos que ficam na margem da ficção e da realidade. O livro perpassa pelos Contos Orientais, pela magia das Mil e Uma Noites, por Petronio e seu Satyricon, e estende-se até o modernismo, com Os Mortos, do Joyce. (No entanto, ele fica por aí. O Manguel por exemplo, inspirado por este livro, "pega" da onde nossos curadores pararam, no seu "Book of Fantastic Literature", de dois grandes volumes)
Os contos foram todos traduzidos (alguns inéditos) pelos autores da antologia, que também conta com uma ótima introdução do Bioy sobre como ela foi concebida e sobre a literatura fantástica como um todo; outras edições contam até com uma introdução da Úrsula K. Le Guin;
Só seguindo pelo sumário a lista de autores, e indo atrás de suas principais obras (fantásticas ou não), você já tem uma boa lista de leitura para praticamente o resto da vida. É um livro que eu recomendaria para qualquer um.