A review by singularidadesdoslivros
Como Ser Uma e Outra by Ali Smith, Manuel Alberto Vieira
3.0
Já há algum tempo que queria ler algo da escritora escocesa Ali Smith e confesso que escolhi "Como ser Uma e Outra" pela capa! O título ("How to be both", em inglês) também me cativou e esta dualidade, para além de presente nestes elementos, também é a base da narrativa.
"Como ser Uma e Outra" apresenta-nos duas histórias distintas e independentes e é muito interessante ver como as páginas voltam ao zero, quando se inicia a segunda parte. Algumas edições em inglês variam a ordem das histórias, indicando que é indiferente começar pela de George ("Câmara"), ou pela de Francesco ("Olhos"), ou, até, ler apenas uma delas.
No entanto, a beleza do livro está na forma como ambas as partes se entrelaçam e tocam em temas universais e intemporais como identidade, amor e perda.
A minha edição começa com a história de George, uma rapariga com nome masculino, que perdeu recentemente a mãe e começa a viver o seu primeiro amor.
A segunda parte traz-nos a história de um pintor renascentista, Francesco, nome escolhido pelo próprio, que procura conquistar o seu lugar no meio artístico da época.
Estas duas personagens fora do comum (sensíveis, fortes e vulneráveis) acompanham-nos numa viagem intermitente, em que não há uma linha bem delineada que separe passado, presente e futuro, ou que distinga o género masculino do feminino... Estas dicotomias inteligentes transformam completamente a narrativa e a nossa experiência de leitura e este foi, sem dúvida, dos livros menos convencionais que já li, com imenso simbolismo!
A escrita é igualmente original e peculiar: primeiro estranhei, tive de reler algumas frases mais do que uma vez, mas acabou por se entranhar e terminei a leitura inquieta, com questões e dilemas por responder...
"Como ser Uma e Outra" apresenta-nos duas histórias distintas e independentes e é muito interessante ver como as páginas voltam ao zero, quando se inicia a segunda parte. Algumas edições em inglês variam a ordem das histórias, indicando que é indiferente começar pela de George ("Câmara"), ou pela de Francesco ("Olhos"), ou, até, ler apenas uma delas.
No entanto, a beleza do livro está na forma como ambas as partes se entrelaçam e tocam em temas universais e intemporais como identidade, amor e perda.
A minha edição começa com a história de George, uma rapariga com nome masculino, que perdeu recentemente a mãe e começa a viver o seu primeiro amor.
A segunda parte traz-nos a história de um pintor renascentista, Francesco, nome escolhido pelo próprio, que procura conquistar o seu lugar no meio artístico da época.
Estas duas personagens fora do comum (sensíveis, fortes e vulneráveis) acompanham-nos numa viagem intermitente, em que não há uma linha bem delineada que separe passado, presente e futuro, ou que distinga o género masculino do feminino... Estas dicotomias inteligentes transformam completamente a narrativa e a nossa experiência de leitura e este foi, sem dúvida, dos livros menos convencionais que já li, com imenso simbolismo!
A escrita é igualmente original e peculiar: primeiro estranhei, tive de reler algumas frases mais do que uma vez, mas acabou por se entranhar e terminei a leitura inquieta, com questões e dilemas por responder...