A review by helvinho
Grande Sertão: Veredas by João Guimarães Rosa

adventurous challenging dark emotional funny reflective slow-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? Yes
  • Diverse cast of characters? N/A
  • Flaws of characters a main focus? Yes

5.0

Difícil escrever qualquer coisa sobre Grande Sertão: Veredas. Épico na definição da palavra, com certeza uma das grandes experiências literárias que já tive e terei na vida. Ler Guimarães Rosa também é pensar sobre o exercício de ler, a fusão entre poesia e prosa e o uso do linguajar sertanejo ao mesmo tempo te tirando da zona de conforto e te dando um afago. Eu não sei o quanto eu tô entendendo do que eu tô lendo, não tenho certeza do que acabou de acontecer, preciso aceitar que não tenho total controle sobre essa narrativa e seguir a travessia. De longe o que mais gostei é o amor de Riobaldo por Diadorim. Todos os meus trechos favoritos são as suas muitas declarações de paixão, minha edição da Companhia das Letras tá toda sublinhada e rabiscada. Vou transcrever aqui um do comecinho dele todo besta, arriado. Coisa mais linda.

De um acêso, de mim eu sabia: o que cumpunha minha opinião era que eu, às loucas, gostasse de Diadorim, e também, recesso dum modo, a raiva incerta, por ponto de não ser possível dele gostar como queria, no honrado e no final. Ouvido meu retorcia a voz dele. Que mesmo, no fim de tanta exaltação, meu amor inchou, de empapar todas as folhagens, e eu ambicionando de pegar em Diadorim, carregar Diadorim nos braços, beijar, as muitas demais vezes, sempre.