A review by singularidadesdoslivros
Branca como a Neve, Vermelha como o Sangue by Alessandro D'Avenia

4.0

Leo é um rapaz de 16 anos, que adora associar pessoas, sentimentos e estados de espírito a cores.
Ele odeia a cor Branca

"De facto, o branco é uma cor que não suporto: não tem limites. Passar uma noite em branco, ficar em branco, erguer a bandeira branca, deixar a folha em branco, ter um cabelo branco... Aliás o branco nem sequer é uma cor. Não é nada, como o silêncio." (página 9)

e adora a Vermelha, a cor que atribui ao amor que sente por Beatrice, com o seu belo cabelo ruivo.
Até que um dia, Leo descobre que em Beatrice conjuga-se, para além da cor da paixão, a cor que tanto teme, pois esta tem leucemia, também conhecida como doença do sangue branco, e está a morrer.

O jovem fica arrasado, mas com a ajuda da Beatrice, do Sonhador, um professor de Filosofia e História que capta e cativa a atenção de Leo, e dos amigos, vai conseguir ultrapassar os seus problemas e fazer uma importante descoberta que desde sempre tinha estado ao seu alcance.

"- Estás enganado, Leo, a maturidade não está em querer morrer por uma causa nobre, mas em querer viver humildemente por ela.
Fiquei em silêncio. Alguém dentro de mim está a sair da caverna. Alguém que estava ali escondido, ferido e necessitado de ajuda, talvez finalmente esteja a decidir enfrentar os dinossauros. Neste momento estou a passar da idade da pedra à do metal. Não é um grande passo, mas, pelo menos, sinto que tenho algumas armas afiadas contra os dinossauros da vida. (...)
Tenho os olhos vermelhos de choro, estou sem forças, esvaziado, ainda assim, sou o rapaz de 16 anos mais feliz a Terra, porque tenho uma esperança."

Foi o meu primeiro contacto com o escritor italiano D'Avenia e gostei. A escrita é simples, mas bonita e rica e a leitura é fluída e agradável, apesar de, por vezes, as ideias serem um pouco repetitivas...

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