A review by jiangslore
Vicious by V.E. Schwab

adventurous challenging dark mysterious reflective tense fast-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? It's complicated
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.0

[4/5]

Eu até esperava gostar de “Vicious”, mas não esperava que a leitura fosse tão divertida quanto foi. O livro retrata uma história que tem fundamentos sólidos e interessantes, mas, ao mesmo tempo, muita ação e mistério. Os conflitos que permeiam o livro e os personagens foram, com certeza, meus aspectos favoritos. O enredo e a escrita, por sua vez, foram questões que trouxeram características positivas e negativas para o livro, na minha opinião.

Como esperado de um livro cuja a premissa é ser uma história não tradicional sobre pessoas com super poderes, há certos questionamentos morais que são muito importantes para o enredo de “Vicious”. Apesar desses questionamentos definitivamente poderem ser mais explorados — o que penso que naturalmente ocorrerá no resto da trilogia —, eles já foram muito bem apresentados. O que é introduzido nesse volume é suficiente para entender bem as motivações dos dois personagens que estão em conflito — Victor e Eli.

Objetivamente falando, ambos os personagens são compreensíveis, bem desenvolvidos e internamente coerentes. Portanto, mesmo se o leitor não gostar de algum deles (ou se a mera existência de um deles causar-lhe uma irritação profunda, como foi o meu caso), acredito que será capaz de entender de onde vem sua perspectiva e como isso está conectado com a personalidade e ações do personagem. Quando se trata de personagens envolvidos em conflitos morais profundos, penso que encontrar esse equilíbrio é o melhor que pode ser feito por um autor, e a acho que a V. E. Schwab conseguiu executar isso muito bem.

Além dos dois personagens envolvidos no conflito principal, há outros que também são bem relevantes para o enredo. Eles — assim como Victor e Eli, para ser sincera — pareciam um pouco estereotipados no início, pois possuíam características que não são incomuns quando autores tentam criar imagens “excêntricas” para seus personagens. Mas, aos poucos, foram sendo apresentadas mais aspectos de cada um; e o elenco todo acabou se tornando bem interessante. Ao final do livro, eu já havia conseguido me apegar a alguns deles, e uma das coisas que me motiva a ler o próximo volume, com certeza, é saber o que vai acontecer com cada um.

Com relação ao enredo, o que mais gostei foi a sua organização. A narrativa não é linear — algo que considero importante mencionar porque, se por um lado, eu tenho uma tendência a gostar de livros que são assim, por outro, reconheço que tem muitas pessoas que não gostam —, e as transições entre passado e presente, bem como a escolha do que dizer (e do que não dizer) em cada momento do livro foram muito bem executadas. Em razão disso, a impressão que tive é que “Vicious” é um livro extremamente “cinematográfico”. Sei que adaptações causam ansiedade em muitos leitores, mas eu adoraria ver uma série sobre essa obra.

Por outro lado, há coisas no enredo que foram, na minha opinião, um pouco convenientes demais. Não foi nada que me incomodasse significativamente, mas, mesmo assim, foi uma impressão que tive. Além disso, é claro que há questões que ainda não foram completamente respondidas ou desenvolvidas no enredo, mas isso é normal para um primeiro volume.

A escrita, por fim, não foi algo que considerei “ruim”, mas também não foi um aspecto que se destacou. Sinceramente, se o enredo e os personagens não tivessem me interessado tanto, não sei se teria gostado do estilo de escrita da autora — mas isso é algo que estou disposta a testar. Sei que V. E. Schwab é muito popular e, depois do primeiro contato positivo que tive em “Vicious”, com certeza pretendo ler outras obras dela. 

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