A review by ek4therin4h
Assassin's Creed Odyssey - Odisseia by Gordon Doherty

3.0

eu dei um hiato enorme com a "série" Assassin's Creed após ler os quatro primeiros livros e, depois de ler tantos livros com romance, este ano fiquei com saudades de uma ficção histórica cheia de aventura voltando para este mundo através do Odyssey.

me animei bastante no início, a escrita do Doherty é muito gostosa e envolvente, um descritivo que não me foi cansativo, contudo um pouco depois da metade perdi o gás. Começou a ficar repetitivo e a falta da presença das personagens — personalidade, pensamentos, sentimentos, crescimento — pesou para mim. Digo repetitivo, porque o livro inteiro é muito voltado para descrição de ações e ambientes, mas não temos muita coisa da Kassandra nem dos outros que se relacionam com ela. Mesmo no final não consegui vibrar com as conquistas dela ou chorar pelas perdas simplesmente porque não consegui me conectar. É uma perspectiva muito distante que no início eu tinha pensado se relacionar com a personalidade da Kass, entretanto após um acontecimento específico relacionado a mãe dela vi que não já que o autor decidiu por pular três meses, contar por cima e seguir para mais uma ação, mais uma quest.
e por falar nisto eu me senti em um jogo, mas não de modo positivo, com uma cara tão óbvia de requisito para desbloquear história que só faltava aparecer uma lista de Conquistas na minha frente. A parte que Kassandra volta para Esparta junto de outra personagem, vai para a antiga casa da família dela e encontra outra personagem foi TÃO conveniente para gerar um novo objetivo para a história andar, que me deixou irritada. Eu sei que é uma novelização de jogo e é exatamente isso: uma novelização, não um jogo. Tenho bastante noção de que estou comparando com memórias de anos atrás dos livros do Ezio e do Altair, mas o ponto é: eu ainda lembro de um monte de coisa deles, das relações, dramas e personalidades; mas a Kassandra não me marcou em absolutamente nada apesar do potencial. Nem ela nem as figuras históricas (prr, ele usou Sócrates e Heródoto!), ninguém brilha nesse livro.

outro recurso que o Doherty utiliza muito é relatar (ao invés de mostrar) a progressão temporal ou fazer pulos temporais. Tem vários momentos que vejo que ficou muito bom, mas foi tão utilizado que retira as possibilidades de usar essas espaços para desenvolver as personagens.

fico triste de meu retorno a Assassin's Creed não ter sido grandioso como esperava com uma história protagonizada por uma mulher espartana na época de Heródoto, com a expectativa provocada pelo nome 'Odisséia'. Vale a leitura, mas deixa a desejar.