A review by ritaralha
A Terceira Mentira by Ágota Kristóf

5.0

Quando iniciamos esta Trilogia da Cidade K. entramos num mundo onde a violência e a crueldade espreitam a cada página.

N'[b:O Caderno Grande|7663741|O Caderno Grande|Ágota Kristóf|https://images.gr-assets.com/books/1264801484s/7663741.jpg|26619540] os gémeos partilham tudo, até mesmo os pensamentos.

N’[b:A Prova|7663768|A Prova|Ágota Kristóf|https://images.gr-assets.com/books/1264801429s/7663768.jpg|2075010] acompanhamos Lucas, é um pouco desconcertante como Claus desaparece totalmente da narrativa, o que de certa forma me fez duvidar da sua existência, e do que é narrado no primeiro livro.
As personagens secundárias assumem especial relevância porque não é tanto a história de Lucas aquela que lemos, mas sim a de Victor, Yasmine, Mathias e Clara. É através deles que temos contacto com a desumanização provocada pelos regimes totalitários.

[b:A Terceira Mentira|7663785|A Terceira Mentira|Ágota Kristóf|https://images.gr-assets.com/books/1264801700s/7663785.jpg|223263] implica a existência de duas mentiras anteriores.

“- Tenho imensa curiosidade em saber o que contêm esses cadernos. É uma espécie de diário?
(…)
- Não, são mentiras.
- Mentiras?
- Sim. Coisas inventadas. Histórias que não são verdade, mas que poderiam ser.”


Será que a história que nos é contada em O Caderno Grande e A Prova é real?
Seriam Lucas e Claus gémeos?
Existiam os dois?
O nome de um é o anagrama do outro, serão a mesma pessoa?
Será tudo invenção de um deles, e se sim de qual?

Tudo isto parece um jogo de espelhos, circular, sem fim, em que nem tudo o que se lê é o que parece, nem tudo o que parece, é o que se lê.
Ágota obriga-nos a perceber que o que lemos não é real, estamos mergulhados na história dentro da história, completamente submersos!

A intensidade da escrita, a experiência da leitura, e a forma como Ágota, no final, une as pontas soltas é genial, é isso que define uma obra de arte.