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A review by rltinha
O papagaio de Flaubert by Julian Barnes
4.0
À boa moda do Vila-Matas, Julian Barnes concede ao leitor este belíssimo «sortido literário», quase exclusivamente com itens apetitosos, daqueles revestidos com pratas, de formas e texturas mais satisfatórias, com não mais de um par de capítulos bolacha seca/sem graça, migalhosa ou então «mole, toda mole».
E esta metáfora da caixa de sortido de bolachas foi feliz porque aos apreciadores de livros sobre livros, àqueles cuja postura de culto literário não se integre nas seriedades prosaicas ou, pior, nas sorumbáticas vaidades armadas ao pingarelho, aos que lêem com e por prazer, que aprendem com a graça de saber que não aprenderão tudo, e que o fazem sem se esquecerem da diversão no acto leitor, a esses o sortido fornece a satisfação que é pegar nos piores itens e vesti-los com as pratas que envolviam os melhores. Até os despojos indesejados, com a ousadia palerma e satisfeita de um pequeno prevaricador, ficam revestidos de promessa.
E esta metáfora da caixa de sortido de bolachas foi feliz porque aos apreciadores de livros sobre livros, àqueles cuja postura de culto literário não se integre nas seriedades prosaicas ou, pior, nas sorumbáticas vaidades armadas ao pingarelho, aos que lêem com e por prazer, que aprendem com a graça de saber que não aprenderão tudo, e que o fazem sem se esquecerem da diversão no acto leitor, a esses o sortido fornece a satisfação que é pegar nos piores itens e vesti-los com as pratas que envolviam os melhores. Até os despojos indesejados, com a ousadia palerma e satisfeita de um pequeno prevaricador, ficam revestidos de promessa.