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A review by acmarinho3
O Impiedoso País das Maravilhas e o Fim do Mundo by Haruki Murakami
5.0
As palavras já se tornam repetidas quando me refiro a Murakami. Sou absolutamente apaixonada pelos seus livros e, sendo o meu escritor predileto, sempre disse que queria ler tudo o que fosse dele ou o envolvesse. Apesar de já ter essa premissa bem definida e de saber o quanto adoro os seus livros, sempre que termino um novo fico totalmente arrebatada. Como é possível ele deixar-me sempre (mas mesmo sempre) neste estado? Uma mistura de êxtase com introspeção. Uma tristeza profunda por ter terminado. De repente, sinto que "O Impiedoso País das Maravilhas e o Fim do Mundo" se tornou o meu livro preferido. Aborda um tema que me toca particularmente e Murakami desenvolve-o de uma maneira tão sublime que fico embasbacada. As metáforas presentes em todo o livro são magníficas. A profundidade das suas palavras são supramundanas. Emocionei-me imenso com esta história e conforme me ia envolvendo mais, maior era o enternecimento, maior era o aperto no meu coração. O conceito de "perda" é trabalhada de forma tão delicada e com tanta mestria que estava constantemente arrepiada. Certas ideias e questões são lançadas a meio do livro e são esclarecidas de maneira subtil e inteligente no final, representando na perfeição a vida: as mil dúvidas que vamos tendo e que, na nossa reta final, num momento de introspeção, vemos respondidas.
Murakami escreve frases de uma beleza rara e humana. Destaco algumas como:
"Estávamos todos a ficar velhos. Era algo tão inegável como a chuva."
"Quando perdes uma coisa uma vez, mesmo que essa coisa deixe de existir, continuas a perdê-la durante toda a eternidade."
"Senti pela primeira vez em vários dias que não queria abandonar este mundo. Não queria saber para que mundo iria a seguir. Mesmo supondo que, ao longo dos meus trinta e cinco anos de vida, tivesse consumido noventa e três por cento do fulgor da minha vida, não me importava. Queria continuar a contemplar eternamente o futuro das coisas e conservar com amor os restantes sete por cento."
"Teria querido desfazer-me em lágrimas, mas não podia chorar. Era demasiado adulto para o fazer, tinha demasiadas experiências na minha vida. Neste mundo existe um tipo de tristeza que não te permite verter lágrimas. É uma das coisas que não é possível explicar a ninguém e, mesmo que pudesses, ninguém te compreenderia. E essa tristeza, sem mudar de forma, vai-se acumulando em silêncio no teu coração como a neve numa noite sem vento."
Um eterno obrigada, Murakami ❤
Murakami escreve frases de uma beleza rara e humana. Destaco algumas como:
"Estávamos todos a ficar velhos. Era algo tão inegável como a chuva."
"Quando perdes uma coisa uma vez, mesmo que essa coisa deixe de existir, continuas a perdê-la durante toda a eternidade."
"Senti pela primeira vez em vários dias que não queria abandonar este mundo. Não queria saber para que mundo iria a seguir. Mesmo supondo que, ao longo dos meus trinta e cinco anos de vida, tivesse consumido noventa e três por cento do fulgor da minha vida, não me importava. Queria continuar a contemplar eternamente o futuro das coisas e conservar com amor os restantes sete por cento."
"Teria querido desfazer-me em lágrimas, mas não podia chorar. Era demasiado adulto para o fazer, tinha demasiadas experiências na minha vida. Neste mundo existe um tipo de tristeza que não te permite verter lágrimas. É uma das coisas que não é possível explicar a ninguém e, mesmo que pudesses, ninguém te compreenderia. E essa tristeza, sem mudar de forma, vai-se acumulando em silêncio no teu coração como a neve numa noite sem vento."
Um eterno obrigada, Murakami ❤