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A review by rolandosmedeiros
O calor das coisas: contos by Nélida Piñon
1.0
Já adianto que o julgamento não é pelo livro todo, mas pelos dois contos que eu aguentei ler. E, também, porque hoje em dia eu escolho muito bem minhas leituras, então não foi muito legal ver o papelzinho fictício na parede que anuncia: “Estamos há quase 2 anos sem abandonar um livro” zerar.
O primeiro conto, I Love my Husband, é ligeiramente melhor que o segundo, e nele pelo menos consegui ir até o final. Apesar de uma linguagem embolotada, que dá floreios e floreios, tem uma virada de perspectiva e mergulho no psicológico da mulher que é interessante. O significado do título, sendo a frase final, tem impacto. Indica uma mudança. Mas, apesar de eu conseguir enxergar isso, a escrita dela é fria em mim, não toca em nada.
O Jardim das Oliveiras eu não consegui chegar à metade. Eram dezoito ou vinte páginas, por aí. É uma ficção histórica (?), do período da ditadura. Ficção no mesmo sentido que tem quando dizemos que um livro é autoficção, talvez. A narrativa até que me pegou: é uma pessoa recontando a um interlocutor um segundo sequestro que sofreu. A sensação de merda porque no primeiro sequestro entregou alguns amigos, o horror e a ânsia que tem da tortura, e o mote do conto: o sadismo dos sequestradores que agora começam a interrogá-lo sobre alguém que claramente morreu — que eles mesmos mataram. O negócio é que a escrita dela não bate de jeito nenhum, é tão cinza quanto o especto dessas páginas digitalizadas. Eu agora, recontando a narrativa, fiquei com vontade de saber como termina, mas bicho… (ler com a voz do Ed Motta) não dá…
O primeiro conto, I Love my Husband, é ligeiramente melhor que o segundo, e nele pelo menos consegui ir até o final. Apesar de uma linguagem embolotada, que dá floreios e floreios, tem uma virada de perspectiva e mergulho no psicológico da mulher que é interessante. O significado do título, sendo a frase final, tem impacto. Indica uma mudança. Mas, apesar de eu conseguir enxergar isso, a escrita dela é fria em mim, não toca em nada.
O Jardim das Oliveiras eu não consegui chegar à metade. Eram dezoito ou vinte páginas, por aí. É uma ficção histórica (?), do período da ditadura. Ficção no mesmo sentido que tem quando dizemos que um livro é autoficção, talvez. A narrativa até que me pegou: é uma pessoa recontando a um interlocutor um segundo sequestro que sofreu. A sensação de merda porque no primeiro sequestro entregou alguns amigos, o horror e a ânsia que tem da tortura, e o mote do conto: o sadismo dos sequestradores que agora começam a interrogá-lo sobre alguém que claramente morreu — que eles mesmos mataram. O negócio é que a escrita dela não bate de jeito nenhum, é tão cinza quanto o especto dessas páginas digitalizadas. Eu agora, recontando a narrativa, fiquei com vontade de saber como termina, mas bicho… (ler com a voz do Ed Motta) não dá…