A review by nzagalo
O Infinito num Junco. A invenção do livro na Antiguidade e o nascer da sede de leitura by Irene Vallejo

5.0

“O Infinito num Junco” é um livro sobre os Clássicos — cultura da Grécia e Roma antigas — focado na invenção da Escrita e do Livro, escrito num tom bastante leve, arredado do formalismo da Academia na qual a autora Irene Vallejo (1979) se doutorou, e que ninguém esperava ver tornar-se num sucesso de vendas em 2020. Em Espanha, além dos múltiplos prémios, saíram mais de 20 edições, e em menos de um ano já vai com mais 30 de traduções — português, francês, holandês, etc. O que tem esta obra para gerar tanto interesse?

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Julgo que o primeiro ponto a favor se deve à intenção da autora: “Em toda a minha carreira, foi o projeto que fiz mais por necessidades íntimas e paixões do que por razões pragmáticas ou por cálculos”. O livro transborda de paixão pelos clássicos, e mais ainda pelo artefacto do Livro e tudo o que a ele se liga, desde o alfabeto ao contar de histórias. Vallejo viaja até ao berço da civilização europeia, na Mesopotâmia, para dar conta do surgimento da Escrita e da sua importância para a civilização que existe hoje no século XXI. Inicia aí um périplo de 3000 anos de história até ao declínio de Roma, dando-nos a mão para explicar como aquilo que somos hoje se deve às letras que aprendemos a inscrever em bocados de argila, papiro, pergaminho e mais tarde papel.

“o ofício de pensar o mundo existe graças aos livros e à leitura, ou seja, quando podemos ver as palavras, e refletir devagar sobre elas, em vez de nos limitarmos a ouvi-las pronunciar no veloz rio do discurso.”

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