A review by ggcd1981
Nothing But Blackened Teeth by Cassandra Khaw

challenging dark sad tense medium-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? No
  • Loveable characters? No
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? It's complicated

3.0

Nothing But Blackened Teeth chamou minha atenção pela capa, em seguida a sinopse despertou meu interesse, pois terror no Japão é um dos meus favoritos. Porém a novela deixou a desejar. Os personagens são desagradáveis. A protagonista em particular julga todos a seu redor, não que as pessoas a seu redor, seus “amigos”, são exatamente pessoas boas. O grupo de personagens é composto de os noivos Nadia e Faiz, Cat (narradora e protagonista), Phillip e Lin. A atmosfera é excelente para um terror, a antiga mansão japonesa no meio do campo, o folclore da região dão ao contexto o clima certo para a história. No entanto a autora fez a escolha de estilo sobre substância, infelizmente, e muito do terror se perde na tentativa da autora de escrever de forma simbólica e rebuscada gerando situações em que eu me perdi no que estava acontecendo e gerando frases que fazem pouco ou nenhum sentido. O enredo era bastante promissor: Uma mansão da era Heian está abandonada no Japão, suas fundações repousando sobre os ossos de uma noiva e suas paredes repletas de restos mortais das meninas sacrificadas para lhe fazer companhia. É o local perfeito para um grupo de amigos em busca de emoção, reunidos para celebrar um casamento. Phillip, um jovem rico conseguiu permissões para que ele e seus amigos passassem a noite na mansão como presente de casamento para Nadia e Faiz.  Uma noite de comida, bebida e jogos rapidamente se transforma em um pesadelo enquanto após um desaparecimento os relacionamentos são testados. E a noiva fica solitária lá embaixo na terra. 

Na teoria a história deveria ser excelente, mas os “relacionamentos testados” são quase não existentes. A impressão é de que os personagens foram forçados juntos e não escolheram estar ali. Existe particular vitriol contra o personagem Phillip, o único branco, bem de vida, com tendência a querer ser certinho.
Em dado momento se levanta a possibilidade de Phillip ter algo com Nadia, noiva de Faiz, mas isso não é confirmado ou negado em texto. Phillip em vários momentos tem impulsos heroicos e quer fazer a coisa certa, mas os personagens ao seu redor, inclusive a narradora, encaram ele e todas as suas ações com descrença e vitriol. Phillip acaba por ter o pior final do grupo (assassinado de forma cruel por Faiz que se encontra alterado devido ao desaparecimento de Nadia e a presença da “Noiva fantasma”) e mesmo assim há pouca empatia no grupo por seu fim. Me pergunto se isso é alguma espécie de metáfora já que Phillip é o estereotipo do personagem irritante por ser a representação de um grupo opressor: branco, heterossexual, metido a herói. A intriga foi boa, apesar de ser diluída pelo texto desnecessariamente complicado. Gostaria que “a noiva fantasma” figurasse mais na obra, assim como os Yōkais que apareceram na casa, eles estavam lá e sim exerceram influência, mas não tiveram grande participação, infelizmente, se limitando em grande parte a observadores da tragédia que o próprio grupo de humanos estava gerando.
  A lógica ficou difusa, mais uma vez devido a escrita desnecessariamente complicada e “floreada”. Ao final houveram elementos que gostei bastante, o clima, a localização, as criaturas do folclore japonês, além de momentos eficientes de terror, mas a escrita e os personagens absolutamente desagradáveis me fizeram não aproveitar a obra em sua totalidade. Dou 3 estrelas. 

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