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A review by andrepithon
Niketche: Uma História de Poligamia by Paulina Chiziane
3.0
Como a primeira autora moçambicana a publicar em seu país, Paulina Chiziane carrega um papel culturalmente muito importante, e acredito (no pouco que minha opinião aqui vale), que este livro é fortemente representativo dessa voz. Niketche é um mergulho na cultura de Moçambique, em suas tradições e vivências, e permite o contato com uma sociedade distante e distinta, mas que inevitavelmente ainda divide problemas com a nossa, a posição precária da mulher sendo em Moçambique permitindo uma reflexão sobre seu papel geral.
O livro possui uma voz forte, poética, que constantemente se perde em digressões introspectivas, com a personagem lutando com suas crenças e sentimentos durante todo o decorrer do livro. Rami, a protagonista, descobre que o marido está lhe traindo, vai atrás da amante para tirar satisfação, e descobre que não existe apenas uma amante, mas quatro. Todas eventualmente se unem em um sindicato poligâmico, impondo suas vontades, unindo-se como mulheres, usando o instituto da poligamia como uma arma precária contra um homem (e uma sociedade) que lhes nega amor, respeito e companheirismo.
Alguns momentos são bons, existe uma lenta inversão de poder e aquisição de autonomia que, mesmo sofrida, é boa de ver, a obra caminha para uma conclusão de resistência e de revolta, através das armas disponíveis, sejam quais forem.
Muitos dos eventos são um pouco circulares, e os mesmos acontecimentos repetem e repetem até se firmarem, situações paralelas repetitivas poderiam ser reduzidas sem perdas para a narrativa geral, um tema central poderoso que por vezes reforça demais seu tema ao ponto do cansaço. A narrativa introspectiva também circula tempo demais nos mesmo sentimentos, letárgica e repetitiva. É um livro de forte peso social e cultural, marcando tradições moçambicanas, mas que se alonga um pouco demais e perde muito rapidamente o fôlego dinâmico e cativante dos primeiros capítulos, engatinhando até um final que perde impacto por demorar em demasia para chegar.
O livro possui uma voz forte, poética, que constantemente se perde em digressões introspectivas, com a personagem lutando com suas crenças e sentimentos durante todo o decorrer do livro. Rami, a protagonista, descobre que o marido está lhe traindo, vai atrás da amante para tirar satisfação, e descobre que não existe apenas uma amante, mas quatro. Todas eventualmente se unem em um sindicato poligâmico, impondo suas vontades, unindo-se como mulheres, usando o instituto da poligamia como uma arma precária contra um homem (e uma sociedade) que lhes nega amor, respeito e companheirismo.
Alguns momentos são bons, existe uma lenta inversão de poder e aquisição de autonomia que, mesmo sofrida, é boa de ver, a obra caminha para uma conclusão de resistência e de revolta, através das armas disponíveis, sejam quais forem.
Muitos dos eventos são um pouco circulares, e os mesmos acontecimentos repetem e repetem até se firmarem, situações paralelas repetitivas poderiam ser reduzidas sem perdas para a narrativa geral, um tema central poderoso que por vezes reforça demais seu tema ao ponto do cansaço. A narrativa introspectiva também circula tempo demais nos mesmo sentimentos, letárgica e repetitiva. É um livro de forte peso social e cultural, marcando tradições moçambicanas, mas que se alonga um pouco demais e perde muito rapidamente o fôlego dinâmico e cativante dos primeiros capítulos, engatinhando até um final que perde impacto por demorar em demasia para chegar.