A review by ritaralha
The Girl with the Hazel Eyes by Callie Browning

3.0

Os primeiros europeus a chegarem a Barbados foram os exploradores espanhóis no final do século XV e início do século XVI. No entanto, foram os navegadores portugueses que deram nome à ilha. O nome Barbados deriva da expressão "Os Barbados" ou "Barbudo", que se refere às figueiras-da-índia encontradas na ilha. Essas árvores têm raízes aéreas que pendem como barbas, daí o nome "Barbados".



Embora tenham sido avistadas e descobertas por portugueses e espanhóis, a colonização permanente de Barbados só começou em 1627, quando os ingleses chegaram e estabeleceram a primeira colónia na ilha. A partir daí, Barbados tornou-se uma possessão britânica e desenvolveu-se rapidamente devido às plantações de açúcar e ao uso de trabalho escravo africano.
Tornou-se um país independente em 1966, embora permanecesse membro da Commonwealth britânica, com a Rainha Isabel II como chefe de estado até 30 de Novembro de 2021, quando a ilha se tornou uma república.
Barbados é hoje uma nação conhecida principalmente pela indústria do turismo. Quem não imagina logo umas paradisíacas praias de areia branca e uma temperatura da água a 29ºC?



Conscience doth make cowards of us all

Susan Taylor é a escritora mais famosa de Barbados, infelizmente o seu livro - The Unspeakable Truth - não foi bem recebido na ilha e ela vive exilada nos Estados Unidos há 50 anos. Cordelia – Lia - quer ser escritora e, contra a vontade da sua mãe, aceita a oportunidade de entrevistar Susan Taylor e escrever uma biografia sobre as suas experiências.

Os capítulos alternam entre o passado e o presente. Os capítulos de Susan acabam por apresentar um pouco da história de Barbados, desde seus movimentos independentistas até a formação de sindicatos e partidos políticos, culminando na independência real em 1966. É por meio das experiências de Susan e sua interação com outras personagens que conhecemos a sociedade de Barbados naquela época: uma sociedade patriarcal, pobre, racista e discriminatória, que nos revela o lugar das mulheres na sociedade.

Many Barbadian children born after 1966 took free education for granted but during most of the 1950s, there was no such thing. The cost per child of $12 a week plus $4 for extras was a major burden and the only way that many poor black children could afford to go to school was through scholarships. The only problem was that scholarships were purposely designed to keep rank and file Barbadians out of school.

Embora a mãe de Susan se submetesse ao marido, ela lutou pelos seus filhos, pela sua educação e pela autonomia sobre os seus próprios corpos.

My father immediately countered that school was expensive and he’d rather put John through the best secondary school his money could afford at the time. (…)
But she’s a bright girl.”
“She’s a girl.”
“So?”
“Wha’ she going do with education? De most that going come of it is being a school teacher and with the connections I got, she could get a teaching job easy so.”
“You connections? We ain’t got the next ten years put way in we pocket, Vincent. Susie is only seven and you ain’t know how this politics thing going work out.”
My father would huff impatiently. “So you saying I is a fool? I is man and I say that de little girl don’t need no lot of schooling. Just relax yourself and stop doubting my plan.”
“You ain’t got no plan.”


Quanto à história de Lia gostava que tivesse tido mais explorada e aprofundada. Fez-me lembrar [b:Os sete maridos de Evelyn Hugo|57462653|Os sete maridos de Evelyn Hugo|Taylor Jenkins Reid|https://i.gr-assets.com/images/S/compressed.photo.goodreads.com/books/1616183865l/57462653._SY75_.jpg|46885151]

A Evelyn Susan confiou-me a sua história.
A Evelyn Susan confiou-me a sua morte.


Embora sejam duas histórias numa só, gostei mais da parte da Susan. O final é previsível, mas, no geral, lê-se bem.


78/198 – Barbados