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A review by celestecorrea
Chéri by Colette
4.0
«Conheciam-se há vinte anos. Intimidade inimiga de mulheres levianas que um homem enriquece e depois abandona, que outro homem arruina - amizade impertinente de rivais à espreita da primeira ruga e do cabelo branco. Camaradagem de mulheres positivas, hábeis nas manobras financeiras, mas avara uma, a outra sibarita...Estes laços têm a sua importância.Mais tarde, outro laço mais forte as uniria: Chéri.»
Elas são duas cortesãs: Léa e Charlotte Peloux, mãe de Chéri, petit nom de Fred, que conheceu todas as alegrias de uma infância impudente e tornou-se um jovem gigolo caprichoso, amante de Léa.
Colette aborda o mundo das cortesãs parisienses sob o título de um nome masculino o que fortalece a visão feminista do livro.
Léa é a amante sensual e maternal de Chéri, vinte e quatro anos mais novo do que ela.
«Quando Léa recordava a primeiro Verão na Normandia, verificava com equidade. «Meninos maus, tive-os mais engraçados que Chéri. Mais amáveis também e mais inteligentes. Mas mesmo assim não tive nenhum como ele.»
Passaram-se cinco anos. Chéri informa Léa que vai casar ….tudo tem um fim, tem de assentar na vida …e que há grandes interesses em jogo….que ela sempre existirá quando tiver necessidade de um favor.
O casamento de interesse com uma jovem boa e encantadora é arranjado pela mãe.
«É bem feito, na minha idade não se conserva um amante sete anos. Sete anos! Estragou-me o que restava de mim. Desses sete anos eu podia ter tirado duas ou três pequenas felicidades cómodas, em vez de um grande desgosto...Uma ligação de sete anos é como acompanhar o marido às colónias; quando voltamos ninguém nos reconhece e já não sabemos como bem vestir.»
O estigma do envelhecimento feminino e suas consequências é um dos problemas abordados por Colette; naquele tempo, tal como na sociedade actual, a perda da juventude era já visto com uma crueldade castigadora.
Léa e Chéri estão destinados a encontrarem-se de novo - o que acontece -, e as últimas 40 páginas do livro são decididamente magníficas.
Quando Chéri abandona a casa, como um evadido, - depois do último encontro de amor-, desejando a sua vida de homem jovem, Léa corre à janela.
«- Ele volta! Ele volta! – gritou ela, levantando os braços-»
«Uma velha arquejante repetiu, no espelho oblongo, o seu gesto, e Léa para si perguntou o que podia ela ter em comum com aquela louca.»
O livro tem continuação, «O Fim de Chéri», que, entretanto, já comecei a ler.
[Decididamente, não é fácil falar sobre este livro]
Elas são duas cortesãs: Léa e Charlotte Peloux, mãe de Chéri, petit nom de Fred, que conheceu todas as alegrias de uma infância impudente e tornou-se um jovem gigolo caprichoso, amante de Léa.
Colette aborda o mundo das cortesãs parisienses sob o título de um nome masculino o que fortalece a visão feminista do livro.
Léa é a amante sensual e maternal de Chéri, vinte e quatro anos mais novo do que ela.
«Quando Léa recordava a primeiro Verão na Normandia, verificava com equidade. «Meninos maus, tive-os mais engraçados que Chéri. Mais amáveis também e mais inteligentes. Mas mesmo assim não tive nenhum como ele.»
Passaram-se cinco anos. Chéri informa Léa que vai casar ….tudo tem um fim, tem de assentar na vida …e que há grandes interesses em jogo….que ela sempre existirá quando tiver necessidade de um favor.
O casamento de interesse com uma jovem boa e encantadora é arranjado pela mãe.
«É bem feito, na minha idade não se conserva um amante sete anos. Sete anos! Estragou-me o que restava de mim. Desses sete anos eu podia ter tirado duas ou três pequenas felicidades cómodas, em vez de um grande desgosto...Uma ligação de sete anos é como acompanhar o marido às colónias; quando voltamos ninguém nos reconhece e já não sabemos como bem vestir.»
O estigma do envelhecimento feminino e suas consequências é um dos problemas abordados por Colette; naquele tempo, tal como na sociedade actual, a perda da juventude era já visto com uma crueldade castigadora.
Léa e Chéri estão destinados a encontrarem-se de novo - o que acontece -, e as últimas 40 páginas do livro são decididamente magníficas.
Quando Chéri abandona a casa, como um evadido, - depois do último encontro de amor-, desejando a sua vida de homem jovem, Léa corre à janela.
«- Ele volta! Ele volta! – gritou ela, levantando os braços-»
«Uma velha arquejante repetiu, no espelho oblongo, o seu gesto, e Léa para si perguntou o que podia ela ter em comum com aquela louca.»
O livro tem continuação, «O Fim de Chéri», que, entretanto, já comecei a ler.
[Decididamente, não é fácil falar sobre este livro]