A review by quatikiwi
The Bell by Iris Murdoch

lighthearted reflective medium-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? Yes
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? Yes

5.0

Em The Bell, a Iris Murdoch usa uma variedade de tópicos inusitados para a época – homossexualidade, feminismo, religião – para falar sobre o tema mais universal possível: o amor. Não especificamente o amor romântico, já que as distinções entre ele e o amor platônico ou o amor religioso são intencionalmente pouco definidas no livro, mas o amor como sentimento fundamental para a experiência humana, como base e combustível da vida.

Com um ponto de vista que alterna entre os protagonistas Dora, Michael e Toby, o livro é de uma sensibilidade e franqueza inacreditáveis.
Na jornada de Dora, a autora explora a ideia de uma emancipação imperfeita, uma quebra das expectativas para uma mulher dos anos 50 que não só permite, como requer, que ela destrua o status quo. Michael, um homem homossexual "no armário", e Toby, um jovem de certa forma forçado a definir e afirmar a sua própria sexualidade, foram personagens que apelaram mais pessoalmente a mim, como homem queer. A forma com que Murdoch descreve os sentimentos e ações destes personagens é surpreendentemente realista e progressista até para os dias de hoje, e ainda mais para 1958, quando a homossexualidade ainda era ilegal na Inglaterra e em grande parte do mundo.


Para além da história cativante e da filosofia fascinante do livro, a prosa é constantemente um ponto alto que me manteve grudado às páginas, em especial durante a segunda metade da história. Estou ansioso para ler outros livros da Iris Murdoch, que por enquanto me parece ter sido uma das autoras mais interessantes do século passado.

I know how much you grieve over those who are under your care: those you try to help and fail, those you cannot help. Often we do not achieve for others the good that we intend; but we achieve something, something that goes on from our effort. Good is an overflow. Where we generously and sincerely intend it, we are engaged in a work of creation which may be mysterious even to ourselves. But this should not make us draw back. We can only learn to love by loving. Imperfect love must not be condemned and rejected, but made perfect. The way is always forward, never back.