Scan barcode
modryzamek's review against another edition
dark
reflective
sad
slow-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? No
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? No
3.5
Só leia se estiver muito bem da cabeça, porque apesar da bela prosa, o livro é bem pesado. Recomendo olhar trigger warnings.
Graphic: Self harm and Suicide
Minor: Child death, Death, Rape, Self harm, Sexual assault, Sexual violence, Suicide, Violence, Grief, Suicide attempt, Death of parent, Murder, and Pregnancy
mary_blueye8's review against another edition
dark
sad
slow-paced
- Loveable characters? It's complicated
3.0
rhodaj's review against another edition
adventurous
medium-paced
- Plot- or character-driven? A mix
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? It's complicated
4.0
scabral's review against another edition
5.0
Extremamente bem escrito, profundamente triste ... amá-lo ou odiá-lo, mas impossível ser indiferente ...eu amei!
aurorabulgaris's review against another edition
1.0
Poetic? Yes
Devoid of a true story? Yes
Overliy indulging in philosoph-o-poetic turns of phrases to the point of becoming irritatingly repetitive? Very much yes
I didn't understand this book and I very much didn't like it.
The quirkiness was interesting and gripping, but only for the first 10-20 pages.
Alas, I cannot recommend this, and yet - if you read it, please tell me why it got such high scored, cause I still don't get it.
Devoid of a true story? Yes
Overliy indulging in philosoph-o-poetic turns of phrases to the point of becoming irritatingly repetitive? Very much yes
I didn't understand this book and I very much didn't like it.
The quirkiness was interesting and gripping, but only for the first 10-20 pages.
Alas, I cannot recommend this, and yet - if you read it, please tell me why it got such high scored, cause I still don't get it.
joao_dcosta's review against another edition
4.0
Uma escrita totalmente diferente do que estou habituado, com uma trama muito triste e personagens complexas e emocionantes. É um livro que pode trazer algumas reservas e que pode não ser ao gosto de todos, mas acho que é um ótimo livro e que me surpreendeu bastante, pela positiva.
annerodriguesramos's review against another edition
5.0
Em Nenhum Olhar encontramos a familiaridade rural de um pequeno vilarejo povoado de pequenas casas brancas onde moram pessoas do campo, simples, afáveis e, acima de tudo, humanas.
A familiaridade que sentimos ao ler este retrato do Portugal profundo, cujo peso talvez apenas seja verdadeiramente sentido/ conhecido por aqueles que lá viveram, contrasta com a espetacularidade da escrita de José Luís Peixoto.
Sem diálogos, a ação vai avançando por entre o que parece ser uma corrente de pensamento das personagens. É através deste stream of consciousness que as personagens se dão a conhecer, pondo a nu a sua interioridade, os seus desejos e as suas emoções.
As personagens de Peixoto, tal e qual a sua escrita, não são alegres. Na sua maioria, carregam o peso da angústia da vida, ou da morte. As restantes (o diabo, o gigante, Gabriel, a cadela) são enigmáticas e assim permanecem até ao final do romance, talvez por fazerem parte do imaginário humano.
A escrita de Peixoto é densa, mas um autêntico deleite. É reflexiva, mas envolvente. É prosa, mas, ao mesmo tempo, poética e pontuada por repetições. As personagens são reais, mas, ao mesmo tempo, mágicas.
Ler este livro é descobrir, não sem dor, um pequeno tesouro.
A familiaridade que sentimos ao ler este retrato do Portugal profundo, cujo peso talvez apenas seja verdadeiramente sentido/ conhecido por aqueles que lá viveram, contrasta com a espetacularidade da escrita de José Luís Peixoto.
Sem diálogos, a ação vai avançando por entre o que parece ser uma corrente de pensamento das personagens. É através deste stream of consciousness que as personagens se dão a conhecer, pondo a nu a sua interioridade, os seus desejos e as suas emoções.
As personagens de Peixoto, tal e qual a sua escrita, não são alegres. Na sua maioria, carregam o peso da angústia da vida, ou da morte. As restantes (o diabo, o gigante, Gabriel, a cadela) são enigmáticas e assim permanecem até ao final do romance, talvez por fazerem parte do imaginário humano.
A escrita de Peixoto é densa, mas um autêntico deleite. É reflexiva, mas envolvente. É prosa, mas, ao mesmo tempo, poética e pontuada por repetições. As personagens são reais, mas, ao mesmo tempo, mágicas.
Ler este livro é descobrir, não sem dor, um pequeno tesouro.
aida_cardoso's review against another edition
5.0
Com Nenhum Olhar, somos transportados, desde as primeiras linhas, para o calor abrasador do Alentejo no Verão. Sem precisar de nomear qualquer lugar, as descrições dos campos, das casas, das personagens, tudo nos fala do Alentejo.
Já o tempo é intencionalmente indeterminado. O que reconhecemos na paisagem, nas personagens e nas suas vidas é um avassalador sentimento de imutabilidade, de ciclos que se repetem de geração em geração, alheios à passagem do tempo.
Os homens herdam dos pais dores, profissões e até nomes - José é filho de José, pastores os dois. Gerações de mulheres sucedem-se de semelhante forma, mas com a diferença de que não têm nome, apenas parentescos e ocupações (a mulher de José e, mais tarde, mãe de José; a cozinheira; a prostituta cega...). Essa marca de identidade que é ter um nome é-lhes vedada.
A paisagem de sobreiros e oliveiras sob um sol vermelho que não dá tréguas repete-se décadas a fio, acompanhando sucessivas gerações que vivem as mesmas misérias, enquanto, no monte, a casa dos ricos se mantém também ela inalterada, mantida por hábito mais do que por convicção. Do mesmo modo se mantém o poder de uma igreja obsoleta e disruptiva.
Aliás, qualquer personagem que procure quebrar o ciclo de que faz parte, buscando antes a sua individualidade e, mais importante, a sua felicidade, não tarda em ser lembrada, de formas devastadoras, de que será sempre uma peça de uma engrenagem que a transcende.
Com um estilo que nos remete para os ritmos da poesia, mas também da oralidade, e com um toque de realismo mágico, percebe-se facilmente porque é que José Luís Peixoto é um herdeiro de Saramago, sem que isso ofusque a sua originalidade.
Já o tempo é intencionalmente indeterminado. O que reconhecemos na paisagem, nas personagens e nas suas vidas é um avassalador sentimento de imutabilidade, de ciclos que se repetem de geração em geração, alheios à passagem do tempo.
Os homens herdam dos pais dores, profissões e até nomes - José é filho de José, pastores os dois. Gerações de mulheres sucedem-se de semelhante forma, mas com a diferença de que não têm nome, apenas parentescos e ocupações (a mulher de José e, mais tarde, mãe de José; a cozinheira; a prostituta cega...). Essa marca de identidade que é ter um nome é-lhes vedada.
A paisagem de sobreiros e oliveiras sob um sol vermelho que não dá tréguas repete-se décadas a fio, acompanhando sucessivas gerações que vivem as mesmas misérias, enquanto, no monte, a casa dos ricos se mantém também ela inalterada, mantida por hábito mais do que por convicção. Do mesmo modo se mantém o poder de uma igreja obsoleta e disruptiva.
Aliás, qualquer personagem que procure quebrar o ciclo de que faz parte, buscando antes a sua individualidade e, mais importante, a sua felicidade, não tarda em ser lembrada, de formas devastadoras, de que será sempre uma peça de uma engrenagem que a transcende.
Com um estilo que nos remete para os ritmos da poesia, mas também da oralidade, e com um toque de realismo mágico, percebe-se facilmente porque é que José Luís Peixoto é um herdeiro de Saramago, sem que isso ofusque a sua originalidade.