Reviews

Gaveta de Papéis by José Luís Peixoto

shukhia's review against another edition

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reflective fast-paced
  • Plot- or character-driven? N/A
  • Strong character development? N/A
  • Loveable characters? N/A
  • Diverse cast of characters? N/A
  • Flaws of characters a main focus? N/A

3.0

alice_cardoso's review against another edition

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challenging emotional sad tense medium-paced
  • Plot- or character-driven? N/A
  • Strong character development? N/A
  • Loveable characters? N/A
  • Diverse cast of characters? N/A
  • Flaws of characters a main focus? N/A

3.5

purplcrosswords's review against another edition

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4.0

Não me sinto confortável a escrever críticas de poesia, excepto se forem poemas da Sylvia Plath e puder dizer "lindo! espantoso! fantástico!" enquanto bato palmas e aceno um pouco a cabeça. E as razões pelas quais gosto dos poemas dela são porque satisfazem aquilo que eu acredito que a poesia promete: os poemas devem-nos torcer por dentro como laranjas e deixar espremer novas consciências, novos fascínios, traduzir-nos todos em novas maravilhas palavreadas.

Mas não gosto de dizer: este poema é mau, este poema é bom. Porque todos os poemas são a tradução de alguém num certo momento, melhor ou pior conseguida, mas acho que não deve ser trabalho de ninguém classificar essa tradução. O trabalho de um leitor de poesia deve ser ler e rever-se (ou não), ler e sentir-se desafiado(ou não), ler e sentir-se quente por dentro (ou não). Mas claro, isso é só a minha opinião. Quando se lê prosa, há, claro, outros objectivos a ter em conta. Mas para mim, a poesia é o maior espaço de liberdade criativa, e essa liberdade não deve ser sujeita a escrutínios muito detalhados.

Feita esta reflexão inicial, as minhas quatro estrelas a este livro são muito voláteis. O José Luís Peixoto é um escritor bastante sólido em prosa. Li já grande parte da sua obra, e fico sempre surpreendida com o que ele consegue fazer. Antes deste livro, tinha também lido o seu outro volume de poesia A Casa, a Escuridão, que na altura (já há uns bons anos) me deixou com boa impressão, mas especialmente por estar associado ao seu livro de prosa Uma Casa na Escuridão, que é provavelmente o meu livro favorito da sua autoria.

Acho que é natural que os poemas dele saibam a pouco depois de ler universos inteiros de boa literatura em forma de romance sob o nome JLP. Talvez porque falta aos poemas um pouco da magia dos espaços, das pessoas. São pequenos pedaços de histórias que não agarram de igual modo por serem apenas janelas e não portas.

Mas apesar de tudo, quatro estrelas. Foi um prazer sentar-me junto ao meu aquecedor com música de fundo a desfolhar página a página a Gaveta de Papéis.

ana_ribeiro's review against another edition

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5.0

Neste livro, o autor leva-nos numa viagem poética especial, única e mágica por alguns dos elementos que o leitor poderá deduzir que o autor guardará dentro de uma gaveta, nesse sentido, o livro é dividido em diversas partes: fotografias de cidades, documentos, chaves, recortes de jornal, tarefas domésticas entre outros.

Dentro de cada um destes pequenos capítulos José Luís Peixoto presenteia-nos com textos poéticos incríveis, de uma qualidade ímpar e rara que nos leva a viajar por cada um dos elementos que dividem o livro como se eles próprios ganhassem vida.

É difícil não se ficar rendido a este livro, pequeno; mas com textos belíssimos de grande qualidade.

Gostei particularmente da forma como ele descreveu algumas cidades: portuguesas e estrangeiras no capítulo que abre o livro: “Fotografias de cidades”, como se as cidades se transformassem num ser humano. É brilhante.

Recomendo vivamente a leitura deste livro.

Garanto-vos que vale a pena.

Partilho dois dos poemas que mais gostei deste livro:

Sozinho, chego a uma cidade saqueada
e caminho com vagar, os braços quase
parados, olho para as portas abertas,
o que sobrou está espalhado nas ruas,
o ar é limpo porque ninguém o respira,
esta cidade, este silêncio, esta cidade,
tenho na pele do rosto o contrário
do choro de uma criança, esse tempo
já passou, tenho tranquilidade séria
e erosão porque esta é a nossa cidade
e porque sei que não te vou encontrar
quando chegar a casa, minha mãe.

FOTOGRAFIA DO PORTO

O Porto é uma menina a falar-me de outra idade.
Quando olho para o Porto sinto que já não sou capaz
de entender a sua voz delicada e, só por ouvir, sou
um monstro que destrói. Mas os meus dedos são capazes
de tocar-lhe nos ombros, de afastar-lhe os cabelos.
Entre mim e o Porto, existem milímetros que são
muito maiores do que quilómetros, mesmo quando
os nossos lábios se tocam, sobretudo quando os nossos
lábios se tocam. De que poderíamos falar, eu e o Porto,
deitados na cama, a respirar, transpirados e nus?
Eis uma pergunta que nunca terá resposta.

mariajaneiro's review against another edition

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3.0

Não sou a maior perita a avaliar poesia, até porque esta tem um valor diferente para cada pessoa que a lê ou mesmo para cada pessoa que a escreve. Ainda assim, não me marcou, mas gostei de ler.

spades's review

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4.0

"Quando me cansei de mentir a mim próprio, comecei a escrever um livro de poesia."

não é das minhas obras favoritas do autor, mas reconheço o brilhantismo na sua escrita e o sentimento que põe nela.
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